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RIO NEGRINHO 143 ANOS HOMENAGEM

Há muitas maneiras de homenagear uma cidade, uma delas é contando a sua História, mas obviamente, vamos apenas dar uma beliscada na rica história de Rio Negrinho e de nossos antepassados.

Por Celso e Mariana 50 min de leitura

RIO NEGRINHO – NOSSO LAR, NOSSO PARAÍSO.

Hoje, 24 de abril de 2023, Rio Negrinho está em festa comemorando seus 143 anos de fundação.

E, nós, Celso e Mariana, não poderíamos deixar passar em branco essa importante data.

Já temos publicado no Jornal Liberdade, n° 577, página 9, um artigo homenageando Rio Negrinho com um pequeno resumo da sua história, mas hoje, faremos um artigo mais estendido, mostrando mais detalhes desde que Rio Negrinho surgiu como um pequeno povoado até nossos dias, quando ainda é uma pequena cidade para os padrões atuais, mas com ares de uma grande cidade.

É uma honra homenagear nosso pedaço de chão, uma cidade linda, nosso lar e nosso paraíso.

Há muitas maneiras de homenagear uma cidade, uma delas é contando a sua História, mas obviamente, vamos apenas dar uma beliscada na rica história de Rio Negrinho e de nossos antepassados.

Escolhemos como tema uma amostragem de como foi o começo de tudo sob o título:

 OS PRIMEIROS.

Iniciemos com uma foto do centro de Rio Negrinho

CENTRO ADMINISTRATIVO DE RIO NEGRINHO.

Basta um olhar sobre a fotografia para notar a beleza da cidade envolta pela Mata Atlântica no alto de Serra Geral.

 Tudo é encantador, desde o ar puro do alto da serra que respiramos, a vida neste paraíso bem cuidado e até pelo calor humano com que nós devotamos a nós mesmos  e aos visitantes.

Temos baixíssimo nível de criminalidade o que nos oportuniza uma vida bem tranquila para nós e nossos filhos.

Antes de avançarmos na história de Rio Negrinho queremos apresentar aquela que foi a Grande Móveis Cimo e o seu criador Jorge Zípperer.

A GRANDE MÓVEIS CIMO.

Esta indústria foi por longo tempo o coração de Rio Negrinho. Era uma cidade dentro de outra.

JORGE ZÍPPERER.

  • Foi grande articulador, político e empresário que deu vida à indústria e à cidade de Rio Negrinho.

Rio Negrinho era apenas uma grande floresta onde viviam os selvícolas Xokleng. O imigrante chegou e mudou tudo. Fez roças, casas, caminhos e o que era mato virou cidade, a belíssima Rio Negrinho na qual vivemos. Todas as administrações que por aqui passaram colaboraram para o que temos hoje.

BALSA NO RIO NEGRO.

Quando ainda não havia estradas, o deslocamento de um lugar para outro se fazia pelas picadas de mulas e pelos rios, e as travessias pelos rios eram por balsas, jangadas, canoas ou barcas. Os balseiros faturavam alto dos tropeiros e andavam com as guaiacas cheias de “milréis”.

CAPELINHA SANTO ANTONIO.

A família Carvalho, vinda de Portugal, uma das primeiras que se estabeleceram na região, recebeu do Governo do Paraná as terras desde Volta Grande até Serro Azul e fundaram no local o chamado Posto Carvalho e ali edificaram a primeira capelinha na região com o nome de Capela Santo Antonio que ainda hoje existe no mesmo lugar e foi a primeira do município.

INÍCIO DOS EMPREENDIMENTOS DE JORGE ZÍPPERER.

Este lugar é onde hoje está o Pavilhão e a Chaminé da Cimo. Esta é a primeira fotografia (1918) tirada quando Jorge instalou a serraria que mais tarde viria a ser a poderosa Móveis Cimo. Já nos primeiros anos de funcionamento, a indústria de Jorge iluminou a cidade com gerador próprio. Os fios eram suportados pelos galhos das árvores.

PRIMEIRO HOTEL.

Com a serraria, fábrica de caixas de madeira e cadeiras e logo de poltronas de cinema funcionando, não havia casas e pensões para acomodar tanta gente que vinha até Rio Negrinho à procura de emprego na indústria Zípperer, por isso foi necessário construir o primeiro hotel que ficava próximo do Casarão Olsen. Note: o cavalo aproveitou o momento da fotografia para “ilustrar” melhor o ambiente.

CASA DA ESQUINA.

Esta era a casa de Roberto Lampe. Edificada em frente à atual Praça do Avião, foi a primeira casa de comércio, o primeiro bar onde aconteceu o primeiro crime de morte e, ao lado dela, instalou-se a primeira bomba de gasolina que atendia os caminhões da Cimo e, ainda ao lado, o primeiro poço de água comunitário, pois nem todos tinham poço em casa e era uma fonte de água para quem por ali passasse.

RUA DA ESTAÇÃO.

(Foto de 1921). Esta foi a primeira rua aberta na cidade por Jorge Zípperer para ligar sua indústria à estação ferroviária, hoje a rua leva seu nome. Este lugar é exatamente na curva da Miner.

VISTA AÉREA DO CENTRO DE RIO NEGRINHO EM 1957.

Rio Negrinho teve um crescimento vertiginoso no final da década de 1940 e começo da década de 1950. Com menos de 5.000 habitantes: foi construído o Cine Rio Negrinho, a Igreja Matriz Santo Antonio de Pádua, o Educandário Santa Teresinha (atual Colégio São José), o Seminário São José, a Rádio Rio Negrinho, concluiu-se o desmembramento de São Bento do Sul, a Móveis Cimo estava no auge do crescimento, logo em seguida, veio o grande prédio do Hospital e Maternidade Rio Negrinho.

PRIMEIRA PAVIMENTAÇÃO NA RUA JORGE ZÍPPERER.

Em 1962, Rio Negrinho recebeu mais uma obra de grande importância que foi o calçamento da Rua Jorge Zípperer com paralelepípedos de pedras. A obra teve início em frente à praça central e seguiu até junto à via férrea.

PROCISSÃO NA PONTE DA MATRIZ.

A fotografia de 1938 mostra uma procissão de Corpus Christi passando pela primeira ponte no centro da cidade construída para dar continuidade à Rua da Estação.

PRIMEIRA OFICINA DE CARROÇAS.

Era uma ferraria situada onde atualmente está a Fábrica de Máquinas Lampe. Assim como hoje são necessárias oficinas de automóveis, naqueles tempos eram para as carroças.

UM DOS PRIMEIROS CAMINHÕES DA CIMO

O RADIADOR FICAVA FORA DO CAPÔ E O RODADO EM CIMA DA CARROCERIA SERVIA COMO ALONGAMENTO PARA CARREGAR TORAS MAIS COMPRIDAS.

PRIMEIRA ESCOLA E PRIMEIRA IGREJA NA CIDADE

A escola foi construída antes (1919) a igreja depois (1925). Note o tamanho do buracão cavado pelo rio que permaneceu por longo tempo. Avançava até em frente à porta da igreja. Só tinha um carreiro de terra de acesso à escola e à igreja.

OLHE O TAMANHO DA TORA.

 A carroça, durante longo tempo, foi o principal veículo de transporte tanto para a indústria como para os colonos. Imagine o sacrifício para serrar no mato, carregar na carroça, transportar até o pátio da Cimo e levá-la até a serraria onde era serrada em tábuas.

Também, os carroções que transportavam erva-mate e outros materiais para Joinville, eram cópias dos carroções do velho oeste dos Estados Unidos, aquele que vemos nos filmes de Far West.

HISTÓRIAS.

Dentro da história de Rio Negrinho, há um caminhão de histórias tristes e alegres. Escolhemos duas:

BÊBADOS DORMINDO NA MISSA.

Os bailões no Salão Lampe começavam lá pelas 21h de sábado e terminavam no dia seguinte, domingo, às 6h da manhã. Os últimos a sair do salão, bêbados, com sono e cansados não aguentavam caminhar de volta para casa. Então, esperavam o padre abrir a igreja para a missa das 8h, atravessavam a rua aos trancos, entravam na igreja e dormiam esparramados nos bancos. Roncavam e alguns sonhavam e gritavam: “Aiipiiuu! O Padre Luiz, emitia sermões severos, mas nada adiantava, a cada baile, o fato se repetia. O que o padre deveria ter feito antes da missa, era impedir que os “pau-d’àguas” entrassem na igreja. Talvez, “fartou” ideia para o padre.

A PRIMEIRA BICICLETA.

Quem comprou a primeira bicicleta foi André Brey, filho de José Brey- dono da primeira hospedaria de Rio Negrinho. Conta-se que um grupo de moçoilas, após à missa, voltava para suas casas tagarelando enganchadas lado a lado,  formando um cordão atravessado na rua. De repente, apareceu aquela coisa esquisita de duas rodas vindo rápido, com um homem em cima se equilibrando. O susto foi grande! Apavoradas, umas correram para a direita, outras para a esquerda e algumas ficaram agarradas no meio da rua. O ciclista, atrapalhou-se todo e, não deu outra: atropelou uma delas que corria para o lado.

Como dissemos, Rio Negrinho tem um caminhão de história tristes e hilariantes para contar.

Em futuros artigos, faremos uso desse tema.

Só para fazer água na boca dos leitores aqui vão alguns títulos relacionados com as mais diversas histórias dentro da história de Rio Negrinho:

  1. Cavalo de pau (moto) dentro da igreja na hora da missa,
  2. O menino enforcado,
  3. O coice da vaca,
  4. Pregando uma peça na polícia,
  5. Morte na água gelada ao lado do cavalo,
  6. O gauchão no baile de sociedade,
  7. A batalha na Rua do Sapo,
  8. Trem descarrilado,
  9. A grande explosão na Móveis Cimo,
  10. Tiroteio no cinema
  11. Pegando sapo na valeta com anzol e besouro,
  12. O primeiro crime de morte
  13. Perseguição ao cachorro em plena missa.
  14. O morcego do nhango na adoração da Semana Santa,
  15. Levou o saco de açúcar de graça
  16. Cachaça bem aproveitada
  17. O tornado de 1932.

Amigos! Essas, acima citadas, são algumas das histórias verdadeiras que vamos contar futuramente.

Para terminar, veja alguns registros da história de Rio Negrinho. As datas não estão em ordem cronológica.

ÍNDIO XOKLENG.

 Esse era o índio que habitava e era o dono das matas do planalto nordeste catarinense. Ao contrário do que se divulga por pessoas desconhecedoras da história, o índio era pacífico e amistoso, não atacava sem ser atacado e não matava pessoas como contam muitas histórias sem fundamento.

GINÁSTICA NA ESCOLA RIO NEGRINHO

O professor Roberto Hoffmann conduzia a ginástica para os alunos (década de 1920). No prédio, a parte da esquerda com sótão era a casa do professor e anexo, à direita, era a escola.

CASARÃO Z[IPPERER.

Casa que Jorge Zípperer construiu logo após instalar sua serraria. Observe o terreno em frente à casa, onde hoje é a Praça do Avião, tinha uma cerca de ripas e uma plantação de aipim. (foto de 1920).

CINE RIO NEGRINHO.

KODAK Digital Still Camera

Criado por “Nono” Zípperer nos meados da década de 1940, divertiu os rionegrinheses por longos anos, mas a partir da década de 1960, a televisão foi-lhe tomando espaço até sua extinção.

DESFILE DE CLUBES DE FUTEBOL

Não sabemos a data deste desfile que passa sobre a “ponte do Evaristo e sobre a via férrea. Note o buraco por baixo da linha do trem. Á direita, em primeiro plano, já no outro lado do rio, a antiga oficina mecânica do Evaristo e, nos fundos, o Bairro Alegre. Neste lugar, no outro lado do rio, após a ponte, estabeleceu-se o acampamento dos construtores da Estrada Dona Francisca que deu origem à primeira vila no perímetro urbano de Rio Negrinho.

DILIGÊNCIA.

Era o ônibus de luxo que levava passageiros de um lugar a outro. Uma viagem numa dessas diligências, descendo a serra, era um passeio fantástico que até parecia passeio de contos de fada.

ENGARRAFAMENTO DE CARROÇAS.

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Vocês pensam que é só nos dias de hoje que há engarrafamento de veículos nas estradas? Pois, saiba que não!

Em todos os finais de semana acontecia isso aí: as carroças dos colonos, às dezenas, preenchiam completamente a Rua da Estação, trazendo os produtos da roça para serem vendidos no comércio local. O grande problema para quem estivesse na frente e precisava voltar era abrir caminho entre as carroças estacionadas atrás e que entupiam toda a extensão da rua. Imagine quanto nervosismo, quantas brigas e desavenças e também quantas gentilezas aconteciam nesse emaranhado de carroças.

INCÊNDIO NO SALÃO LAMPE 1983.

Este salão inaugurado em 1926 por Carlos Lampe, pegou fogo em 1983 e virou cinzas em poucos minutos. Foi cena aterrorizante assistida por milhares de pessoas que se apinharam nos arredores e viram um dos ícones de Rio Negrinho desaparecer para sempre. Ali funcionava a biblioteca da cidade, no seu palco eram apresentados teatros, corais, e as bandas tocavam nos bailes. Também, ali funcionavam vários clubes de ginásticas; ali aconteciam as reuniões políticas e de interesse da comunidade, as festas de primeira comunhão com café após a missa e os bailões nos sábados e, além de Centro cultural, também era hotel.

ESCOLA MARTA TAVARES.

Inaugurada em 1933, até hoje presta seus serviços à população da cidade.

ENCHENTE DE 1930

De tempos em tempos Rio Negrinho afunda nas águas após chuvas prolongadas. É um ciclo que se repete desde 1891, quando foi registrada a maior enchente que já acometeu Rio Negrinho e região.

TREM – 1933

O trem foi o maior e o mais utilizado veículo de transporte de pessoas e cargas durante longo tempo. Quase sempre a estação ferroviária vendia, diariamente, dezenas e, às vezes, centenas de bilhetes de viagens às pessoas que lotavam os vagões e faziam viagens maravilhosas pela serra até Corupá, Jaraguá, Joinville e São Francisco do Sul, também para Mafra e cidades até onde a rede ferroviária alcançava.

A vida, os costumes, a economia, o trabalho, tudo era muito diferente do que hoje conhecemos e vivemos.

Parabéns, RIO NEGRINHO pelos seus 143 anos.

 Do barro, você transformou-se em estátua de ouro.

Um abraço de Celso e outro de Mariana!

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