Censura

Perigo Encanzinado

Por Gilmar dos Passos 10 min de leitura

O que é censura?

A censura é uma prática amplamente utilizada em contextos autoritários, cujo propósito principal é controlar a disseminação de informações, conteúdos ou obras artísticas. Trata-se de uma imposição que estabelece restrições à divulgação de determinadas mensagens, configurando, assim, uma proibição explícita de sua veiculação. Normalmente, a censura é justificada como uma medida em defesa do Estado, da sociedade ou com base em aspectos morais.

Em regimes ditatoriais, a censura é uma ferramenta essencial para silenciar vozes dissidentes e manter o status quo. Ela não apenas impede a circulação de informações consideradas prejudiciais ao governo, mas também restringe a liberdade de pensamento dos cidadãos. Dessa forma, a censura torna-se um instrumento de repressão, coibindo a expressão livre da população.

Ao longo da história, diferentes regimes políticos recorreram à censura como meio de controle social. Na Idade Moderna, por exemplo, a Igreja Católica estabeleceu o Index Librorum Prohibitorum, uma lista de livros proibidos aos fiéis católicos, com o objetivo de impedir o acesso a obras consideradas contrárias aos dogmas da fé. Na França absolutista do século XVIII, os livros passavam por uma avaliação rigorosa de censores, e aqueles que desafiavam a censura enfrentavam graves consequências.

No século XX, regimes totalitários como o nazismo, o fascismo e o stalinismo fizeram amplo uso da censura para controlar a população e restringir a liberdade de expressão. Na América Latina, a ditadura militar chilena de Augusto Pinochet foi marcada por intensa censura, com proibição de livros e controle rígido da imprensa e das artes.

No contexto brasileiro, a censura também deixou marcas profundas em diferentes momentos da história. Desde o império até a Ditadura Militar, a população brasileira enfrentou restrições à liberdade de expressão e manifestação artística. Durante o Estado Novo, por exemplo, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi responsável por censurar notícias e obras culturais que fossem consideradas contrárias aos interesses do regime.

A Constituição brasileira de 1988 proíbe explicitamente a censura, garantindo a liberdade de pensamento, manifestação e expressão. Desde então, os cidadãos brasileiros têm o direito de expressar suas opiniões e produzir obras artísticas sem receio de retaliação por parte do Estado. No entanto, é importante ressaltar que a liberdade de expressão não deve ser confundida com o direito de propagar discursos de ódio ou prejudiciais à sociedade.

Em suma, a censura representa uma ameaça à liberdade individual e à democracia, sendo fundamental combatê-la e preservar os direitos fundamentais dos cidadãos. A garantia da liberdade de expressão é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade plural e democrática.