Um dos Acompanhamentos Mais Lucrativos do Mundo: O Arroz
O arroz é um alimento fundamental para milhões de pessoas ao redor do mundo. Considerado um alimento básico para aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas, o arroz está presente diariamente em pratos ao redor do globo, mostrando sua importância tanto nutricional quanto econômica.
Mercado Bilionário
O mercado global de arroz tem apresentado um crescimento consistente. Com exceção do ano passado, o faturamento do segmento tem aumentado anualmente desde 2017. Em 2024, a projeção é de que o mercado global de arroz ultrapasse a barreira dos US$ 35 bilhões. Os países asiáticos dominam o consumo mundial do cereal, com 9 das 10 primeiras posições ocupadas por nações desse continente. China e Índia, os dois países mais populosos do mundo, lideram com ampla vantagem.
O Arroz no Brasil
No Brasil, o arroz ganhou destaque no final do século 19, especialmente devido à popularização da combinação clássica de arroz e feijão, amada por muitos brasileiros. Atualmente, o consumo anual de arroz no Brasil gira em torno de 12 milhões de toneladas, com cerca de 170 milhões de pessoas consumindo o cereal em pelo menos uma refeição semanal.
No entanto, a produção interna não é suficiente para atender à demanda. O Brasil produz cerca de 10,5 milhões de toneladas de arroz por ano, necessitando de importações para suprir a diferença. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz, mas as lavouras têm sofrido com as chuvas, resultando em perdas estimadas em R$ 68 milhões.
Desafios e Medidas
Apesar das adversidades, 83% da área plantada no Rio Grande do Sul já foi colhida, e, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), o abastecimento interno não está comprometido. Caso as inundações tivessem ocorrido um mês antes, cerca de 50% da safra nacional teria sido perdida, destacando a importância do timing nas atividades agrícolas.
Em resposta à situação, o governo federal editou duas medidas provisórias destinando R$ 7,2 bilhões para a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz, com a redução a zero do imposto de importação para três tipos do cereal. O arroz importado terá um rótulo próprio indicando “arroz adquirido pelo governo federal” e será vendido a preços tabelados de R$ 4 o quilo.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, é crucial evitar a especulação de preços, que pode inflacionar o mercado se a importação for feita apenas no final do ano.
Reações e Impactos
A decisão do governo de importar arroz gerou controvérsia. Enquanto alguns acreditam que a medida evitará a inflação, outros produtores veem a ação como precipitada, o que pode inflacionar o mercado ao gerar dúvidas sobre a colheita. Independentemente das opiniões divergentes, é essencial evitar criar a percepção de escassez, o que poderia causar pânico entre os consumidores.
Grandes redes de supermercados, como o Carrefour Brasil, estão aconselhando seus clientes a limitar a compra adicional do cereal para evitar a sensação de falta de abastecimento.
Origem do Arroz Importado
Inicialmente, o governo priorizou a importação de arroz de países sul-americanos, como Paraguai, Argentina e Uruguai, responsáveis por 96% das importações de 2023. No entanto, após o aumento dos preços, o Brasil decidiu tornar o arroz de outros países mais competitivo no mercado nacional. A Tailândia se destacou, superando outros grandes produtores asiáticos, como China, Índia e Vietnã, com cerca de 18,2% do arroz importado entre janeiro e abril de 2024 sendo de origem tailandesa.
O arroz, portanto, não é apenas um alimento básico, mas também um componente vital da economia global e nacional, enfrentando desafios e adaptando-se às mudanças para continuar alimentando milhões de pessoas ao redor do mundo.