Silvio Santos e herança filosófica
Silvio Santos ou Senor Abravanel era descendente de um filósofo e sábio judeu, o Isaac Abravanel,
chamado em escritos judaicos de Abravanel, tendo inclusive edições em diversos volumes em comentários a Bíblia. O apresentador faleceu em último fim de semana, e assim teve de esperar o Sábado passar para se efetivar seu enterro, o qual foi aos moldes de judaísmo ortodoxo, segundo alguns comentaram, apesar da desinformação de parte da mídia. O antepassado do apresentador teria ajudado a financiar ao Cristóvão Colombo, além de que era financista e fiel ao seu povo, de modo que preferiu a um cargo ou maior segurança. Também se nota em leituras do filósofo Abravanel, antepassado de Sílvio Santos, elevadas reflexões, estas presentes em comentários de Torá, em escritos da tradição oral judaica, bem como em notas de edições com comentários dos sábios de Israel. Silvio Santos, apesar de adolescente sendo camelô, depois militar para-quedista, indo a radialista, apresentador e assim sendo um dos maiores que já existiu, na TV, apesar de hoje a televisão perder para a internet e celulares, na atenção do povo.
Silvio Santos marcou uma era, e trouxe para o pensamento popular, desde que começou mais ativamente, com o Baú da Felicidade, até com o nascimento do SBT, que tem uma sintonia com a minha pessoa, pois ambos nascemos em 1981. Fato é que acompanhou a vida de todos a presença desse além de judeu, brasileiro que investiu grande parte de todo seu tempo, a apresentar o programa premiado em recorde, como o mais longo. A sabedoria de seu antepassado ficou e a dele também, ambos descendentes de Davi, e assim trazendo consigo uma herança sagrada. O antigo Isaac Abravanel falava de anjos, e foi a última leitura que tive de um comentário seu, do livro bíblico de Gênesis, chamado pelos judeus de Bereshit, comentando que os anjos estavam preocupados com Sara, desta não estar se sentindo bem, uma vez esta não se juntando a eles na refeição.
Silvio Santos deixou um grande legado para a TV, e quem viveu a era da televisão o presenciou em diversas produções, desde envolvendo jovens, pessoas mais maduras, até crianças. O SBT tinha a identidade atrelada a ele, e sem ele perderá muito, uma vez que em diversos momentos a dedicação era hercúlea. Semelhante ao antepassado, ele deixou uma obra que por gerações será prestigiada, assim como nas leituras minhas do pensamento judaico, de Talmude, comentários a Torá, Midrash, etc, e assim levando ao mais profundo em relação a Deus. Descobri o antigo Abravanel numa leitura em espanhol do Chumash, nome dado a Torá, e o novo Abravanel ainda criança, quando nos domingos a família se reunia em volta da TV, como num conto em fogueira. Que Silvio Santos seja essa fogueira para o céu.
Mariano Soltys, advogado e teólogo