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Os Reflexos da Eleição Presidencial dos EUA no Brasil e na América Latina

Internacional

Por Cauan 8 min de leitura

A eleição presidencial dos Estados Unidos, marcada para esta terça-feira (5), terá repercussões significativas além das fronteiras norte-americanas, dada a enorme influência global da maior potência militar do mundo. Especialistas indicam que o resultado da disputa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump afetará diretamente não apenas áreas de conflito como a Europa e o Oriente Médio, mas também o Brasil, a América Latina e a China.

O pesquisador Roberto Goulart Menezes, do Instituto Nacional de Estudos sobre os EUA (Ineu), destaca que, para o Brasil, os efeitos mais relevantes ocorrerão caso o vencedor seja Trump. O analista alerta para o risco de uma aproximação do presidente norte-americano com a extrema direita de países latino-americanos, o que pode resultar em apoio a candidaturas antidemocráticas na região. Essa possibilidade, segundo ele, representa um perigo para a estabilidade política da América Latina, algo que não ocorre há mais de 15 anos.

Por outro lado, o professor Virgílio Caixeta Arraes, da Universidade de Brasília (UnB), considera que, independentemente do vencedor, o Brasil continuará tendo uma posição secundária para os EUA. A atenção dos Estados Unidos à América Latina, segundo Arraes, tende a ser menor se comparada a outras regiões do mundo, como o Oriente Médio ou o Sudeste Asiático. Países como México, Venezuela e Cuba podem receber mais atenção por questões específicas, mas, de modo geral, a relação com o Brasil não deve sofrer grandes mudanças.

Além disso, a relação dos EUA com a China também será um fator relevante para a América Latina. Goulart Menezes aponta que os Estados Unidos tendem a intensificar a pressão sobre países portuários sul-americanos, como Brasil e Peru, para dificultar a entrada de produtos chineses na região e, consequentemente, conter a crescente influência política e econômica da China na América do Sul. A competição estratégica entre as duas potências globais deverá continuar sendo um tema central nas relações internacionais.

Em resumo, a eleição presidencial dos Estados Unidos terá implicações diretas no futuro das relações internacionais, especialmente no que diz respeito à América Latina e ao papel crescente da China na região.