Plano para assassinar Lula e outros líderes não ocorreu por detalhe, aponta ministro
Polícia Federal
Por Gilmar dos Passos 9 min de leitura
Em declaração recente sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal (PF), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, revelou que o plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “só não ocorreu por um detalhe”. Pimenta afirmou que a ação que estava em andamento representava uma tentativa de golpe, com a intenção de impedir a posse dos líderes eleitos.
Segundo o ministro, a investigação revelou novos elementos graves sobre a participação de figuras ligadas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro nos eventos. Pimenta relacionou esses planos com outras ações, como a tentativa de explosão de um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília, que aconteceu em um contexto mais amplo de ataques à democracia, culminando nos episódios de 8 de janeiro.
Plano de ataque e envolvimento de militares
Pimenta também abordou o envolvimento de militares das forças especiais do Exército, conhecidos como “kids pretos”, na tentativa de golpe. O plano, inicialmente programado para antes da diplomação dos novos presidentes, foi remarcado para o dia 15 de dezembro e visava diretamente a vida de Lula, Alckmin e Moraes. Além de um atentado, havia a intenção de sequestrar e matar Moraes, que, na época, presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A PF prendeu cinco investigados durante a operação. Entre os detidos estão o tenente-coronel Hélio Ferreira de Lima, o general da reserva Mário Fernandes, e o policial federal Wladimir Matos Soares, todos com ligações com grupos de operações especiais e com cargos em áreas sensíveis do governo.
Rejeição à anistia e impunidade
Em sua análise, o ministro Pimenta destacou que a operação desmantelou a narrativa de que os participantes do ataque de 8 de janeiro agiram de forma democrática. Para ele, a investigação expôs uma tentativa real de golpe de Estado, com a participação de militares e policiais ligados ao governo anterior. Ele também reforçou que a sociedade não pode tolerar crimes contra a democracia e que não se pode falar em anistia ou impunidade para os envolvidos.
Esclarecimentos do Exército
O Comando do Exército, por meio de nota, confirmou a prisão de quatro militares, sendo três da ativa e um da reserva. O Exército esclareceu que os militares não estavam envolvidos nas operações de segurança durante a Cúpula do G20, que acontecia no Rio de Janeiro. A nota também detalhou que alguns dos detidos estavam no Rio para participar de eventos pessoais, enquanto outros estavam afastados por decisões judiciais.