Veja mais algumas dificuldades que Joinville enfrentou durante a Revolução.
*A mobilização decretada pelo Governo Provisório para reunir uma guarda militar de reforço para a cidade ficou difícil porque não se conseguia alistar homens em idade militar nem houve quem quisesse assumir este trabalho. Somente foi possível arregimentar oito ociosos sob a denominação de “Guarda Cívica”, os quais percebiam dois mil réis por dia.
VAPORZINHO DE JOINVILLE PRONTO PARA FUGA
* Eis que chega a notícia da Estrada do Sul, região que limitava com a colônia Blumenau, de que 300 blumenauenses armados estariam avançando. Tal notícia deixou a guarnição em verdadeiro pânico. Os soldados abandonaram o galpão dos imigrantes e se agruparam junto ao telégrafo. As caldeiras dos dois vapores foram aquecidas mesmo sem maré suficiente para deixar o portinho para deixar o portinho para a fuga. Os blumenauenses, porém, não apareceram; o recado tinha sido dado à sentinela militar, na Estrada do Sul, por um homem que não mais pode ser localizado.
SOLDADOS NO BOTECO
Os dias foram passando sob pressão constante até o fim de outubro. Na espera de uma invasão dos revolucionários, a soldadesca passava as horas nos botecos onde bebiam uma quantidade impressionante de cachaça. Não houve transgressões mais graves, como geralmente acontece em revoluções.
*Mais tarde, em novembro, quando os federalistas invadiram Joinville, as comunicações com outros centros pararam totalmente porque todos os vapores que conduziam malas de correio estavam nas mãos dos revolucionários e tinham sido transformados em navios de guerra. Não se recebia cartas, não adiantava escrevê-las porque não havia como despachá-las. Era mesmo arriscado escrever cartas durante todo o tempo da revolução, mesmo que houvesse oportunidade de despachá-las, pois os “libertadores” abriam toda a correspondência e qualquer opinião, mesmo que a mais inocente possível, ou manifestação, resultavam, na melhor das hipóteses, na destruição da carta, podendo chegar até duras penas por “conspiração contra a gloriosa revolução”, com detenção imediata. Em outros lugares por motivos até menos importantes, muita gente foi degolada sem nenhuma piedade e sem poder defender-se. Parara todo o comércio e transportes e os preços dos artigos de primeira necessidade, os alimentos, praticamente dobraram.
Assim, Joinville, durante todo o tempo de ocupação pelos revolucionários, vivia sob constante pressão. Depois da ocupação de Joinville, relataremos os problemas que São Bento enfrentou com duas invasões, uma republicana e outra federalista.
Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!