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REVOLUÇÃO FEDERALISTA 21

Por Jornal Liberdade 9 min de leitura

VIOLÊNCIA E ASSASSINATOS

São Bento foi invadida porque estava na encruzilhada dos avanços das tropas e, também, porque seus moradores tinham bens que poderiam servir aos soldados.

 O General Piragibe, antes de rumar para Rio Negro no encalço do General Argolo, “aliviou” a casa do Dr. Wolff, que havia sido abandonada por Argolo. Piragibe levou tudo quanto pode carregar: objetos de valor, remédios, ferramentas e outras coisas. 

São Bento passara um sufoco nunca antes experimentado. E, muito tempo depois desse funesto episódio, São Bento ainda sofria as sequelas da violência, do medo, da rivalidade política e da tristeza pela perda dos seus animais (cavalos e vacas), das suas carroças e até de roupas, tudo roubado pelos invasores. 

Quando alguém estranho vestido de gaúcho entrava na cidade, a população era tomada de certo desconforto e desconfiança. Todo mundo pisava em casca de ovo.     

As intrigas causadas pela divergência de ideias, permaneceram entre vizinhos, famílias e amigos. A violência nunca gera amor, mas, sim ódio, que ainda imperava naqueles que tomaram partidos diferentes durante a revolução. Como exemplo, podemos citar as mortes de dois importantes personagens políticos que haviam defendido o federalismo e que seus assassinatos, certamente, foram consequências da revolução: João Filgueiras de Camargo e Alberto Malschitzky.

O primeiro crime aconteceu na noite de 25 de maio de 1897, quando às 21h, João Filgueiras estava sentado ao lado de uma fogueira tomando chimarrão no rancho anexo à sua casa ao lado da ponte sobre o rio Negro em Mato Preto. Um tiro partiu da escuridão atingindo suas costas prostrando-o morto de imediato. No processo, a viúva acusou formalmente seu sobrinho, João Elias Fragoso, membro da câmara municipal de Campo Alegre, como autor do assassinato. Poucos meses depois outro federalista, Alberto Malschitzky foi morto em sua casa, na Estrada Dona Francisca. Era por volta das 8:30h da noite daquela quarta-feira, Alberto já havia se recolhido aos seus aposentos, quando dois tiros passaram pela janela atingindo-o mortalmente.

JOÃO FILGUEIRAS DE CAMARGO

ALBERTO MALSCHITZKY

Os dois políticos assassinados foram Prefeitos de São Bento. João F. de Camargo de 1887 a 1889; Alberto Malschitzky de 1894 a 1895. Foram anos de turbulência política em São Bento com várias brigas, mortes e surras violentas entre adversários políticos.   

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!