Quem nunca ouviu falar, ou quem nunca viu a imagem do “homem vitruviano” de Leonardo da Vinci (1452-1519)? Marcos Vitrúvio Polião (80-15 a. C.) teria sido o maior engenheiro da antiguidade. Em 16 de outubro se comemora o dia da ciência e tecnologia. Afinal, tudo envolve tecnologia. A sigla FATMA, hoje, é lida como “Fundação do Meio Ambiente”. Mas no original seria “Fundação de Amparo à Tecnologia e Meio Ambiente”. Porque assim como a tecnologia é empregada para destruir o meio ambiente, de igual modo será pelos recursos tecnológicos e científicos que iremos reconstituir a natureza. Quem já não se deparou com aquela situação desagradável no inverno: cai a corrente elétrica por sobrecarga de tensão por estarem ligados os condicionadores de ar? Ou quem não viu o bloco da universidade afundar, porque ali onde se projetou a biblioteca, não foi considerado o peso dos livros? Ou então, o técnico acabou de sair da frente do seu computador e não funcionam funções básicas como editor de texto, impressão, internet ou áudio/vídeo? Ou você assiste ao óleo do seu automóvel virar uma pasta em razão do excesso de frio? Ou o seu carro é russo e derrete o painel no verão? As embalagens, então, nem se fale. Elas estão cada vez mais frágeis. Você pega o produto na mão e o conteúdo cai no chão, porque o envoltório se abriu. No banheiro, você não consegue sequer “pegar” no papel higiênico, ele se desmancha por si só. No PC ou qualquer dispositivo eletrônico quase não há onde pôr a mão. Faltam pontos neutros, se você esbarra em qualquer parte, acaba ativando o que não queria. O isqueiro é tão pequeno que é necessário usar as duas mãos para fazê-lo funcionar. Seria importado do Japão? Ou aquele relojoeiro suíço, que se acha genial, e coloca vários controles e regulagens num único item e quando você arruma uma coisa estraga três? Como já reparara Edward Murphy (1918-1990), a peça que estraga no aparelho fica justamente no local menos acessível. Trabalhar com vazamento já é um estresse por si só, mas não “dá nos nervos” a delicadeza do veda-rosca que você não consegue nem manipular? A sacolinha do mercado, ora bem, cada dia mais fraca. Mas antes de passar no caixa você tem de comprar frutas. Mais um desafio: conseguir abrir a tal embalagem plástica, fina que só o próprio Deus consegue mensurar a espessura. E as mil e uma senhas que você precisa guardar? Não é de dar dó de si mesmo? Meu palpite: que se direcione um link para o e-mail que você acessa todo dia e jamais esquecerá a senha! Com todo esse sofrimento, posso assegurar que cientistas, tecnólogos e engenheiros facilitam, e muito a nossa vida. Ou, como reparam Gilberto Cotrim e Mirna Fernandes, “Na Mesopotâmia de 5000 anos atrás, nasceram o eixo da roda, a astronomia, a matemática e a escrita. Esses progressos pareciam tão desconcertantes, que Aristóteles (384-322 a. C.), no primeiro livro da Metafísica, sentenciou que tudo o que se podia imaginar para tornar mais cômoda a vida cotidiana do homem e satisfazer as suas necessidades práticas já tinha sido descoberto. Portanto, nada restava senão se dedicar de corpo e alma à elevação do espírito” (p. 509). In: Fundamentos de Filosofia. 4ed. São Paulo: Saraiva, 2016, 512pp. “Não é feitiçaria, é tecnologia!”. Engenharia é luz!