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EU – JOSÉ KORMANN – O CRIMINOSO

Por Jornal Liberdade 7 min de leitura

A Pedido de Muitos –

Então vamos lá, mas sem citar nomes de ninguém.

Houve, aqui em São Bento do Sul, eleição municipal. Nela fui o vereador mais votado, apesar das pesquisas que diziam que eu iria obter o último lugar. Foi um susto para muitos. Surgiu um falatório que eu poderia ser o próximo prefeito. Foi outro susto para vários. Resolveram que o jeito é destruir esse intruso.  Partiram para a luta.

Eu era o presidente da Fundação Municipal de Cultura de São Bento. Um senhor de Joinville que trabalhava em São Bento ofereceu sua biblioteca, ultra bem cuidada e de livros muito bem selecionados e até únicos, por um preço muito tentador. Além disso, daria, de presente, trinta estantes metálicas em ótimo estado e mais trinta e cinco mil discos de músicas selecionadas e pagaria as cargas de caminhões de Joinville até aqui.

Três pessoas de São Bento, entendidas em biblioteconomia, foram lá e examinaram tudo. Voltaram encantadíssimas com o que viram, mas também tristes por que a compra para nossas condições parecia impossível.

Entrei em contato com a fundação cultural do Estado, com o Prefeito e a compra foi feita dentro de todas as condições que o vendedor fez.

Com este enorme acervo de livros fundou-se a biblioteca de Serra Alta que a gestão seguinte fechou; a biblioteca do Bairro Cruzeiro que lá está até hoje e ainda enriquecemos a biblioteca do centro. Fora os livros, em grande quantidade, que a gestão seguinte destruiu por deixa-los na chuva e finalmente os queimaram. Só dois dos livros que vieram juntos valiam para os colecionadores o preço total do conjunto, mas também logo sumiram.

Gente importante tinha perigosos processos no fórum. Um causídico quis ser prefeito e por isso resolveram tirar-me de linha e cassaram meus direito políticos dizendo que eu roubei os livros. Nunca mais lutei por eles e nem vou fazê-lo: o causídico foi preso e depois fugiu e os grandões também sumiram e eu “criminoso” estou aqui.