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Ameaça à vida humana: Saiba quais são os vírus que estão acordando após 50 mil anos devido à ebulição global

Em consequência do aquecimento global, cientistas alertam sobre o derretimento do "permafrost" e os vírus zumbis que podem ameaçar a humanidade, confira;

Por Cauan 13 min de leitura

Uma equipe de cientistas franceses está há anos estudando os chamados ‘vírus zumbis’, patógenos adormecidos há mais de 50 mil anos que podem voltar à vida e infectar humanos devido ao aquecimento do planeta e, consequentemente, ao derretimento das calotas polares que estão congelados.

Os cientistas são liderados pelo virologista Jean-Michel Claverie, 73 anos, passou mais de uma década estudando vírus “gigantes”, incluindo aqueles com quase 50 mil anos encontrados nas profundezas das camadas do permafrost da Sibéria.

Ano passado, o cientista e sua equipe, fizeram uma investigação extraindo vários vírus antigos do permafrost e todos eles eram prejudiciais à saúde e infecciosos — foram ao todo 13 novos vírus, incluindo um congelado debaixo de um lago há mais de 48.500 anos. Confira alguns dos principais vírus que os profissionais encontraram congelados:

Pandoravirus

A maioria dos vírus isolados das antigas camadas do permafrost são pertencentes à família Pandoraviridae. Segundo os cientistas, eles são os vírus gigantes encontrados mais enigmáticos, com os maiores genomas virais conhecidos e possuem a maior proporção de genes codificadores de proteínas de origens desconhecidas.

Entre os vírus encontrados desta família está o pandoravirus yedoma — o mais antigo a ser revivido a partir do permafrost até hoje. Com 48.500 anos, o Pandoravirus yedoma estava nos depósitos gelados no fundo de um lago de Yekuchi Alas, no extremo leste da Rússia. O formato da partícula do P. yedoma é oval, medindo cerca de 1 micrômetro de comprimento.

Megavirus mammoth

Este foi o primeiro vírus da família Mimiviridae descoberto no permafrost. Eles foram os primeiros classificados pela ciência como vírus gigantes — ou seja, com partículas visíveis por microscopia óptica — depois que foram descobertos na água de uma torre de resfriamento em Bradford, na Inglaterra, em 1992. Inicialmente considerada associada exclusivamente a hospedeiros amebais, a família Mimiviridae diversificou-se enormemente e agora inclui muitos membros divergentes que infectam uma variedade de microalgas.

Pacmanvirus lúpus

Esse vírus foi descoberto recentemente no permafrost e também infectam amebas. Eles são parentes distantes dos vírus africanos da febre suína, da família Asfarviridae. Ele é o terceiro membro da família a ser descoberto e a primeira linhagem a ser extraída do permafrost, vindo dos restos intestinais congelados de um lobo siberiano (Canis lupus) de 27.000 anos.

Pithovirus

Existem dois tipos desse vírus encontrado no permafrost. O primeiro é o pithovirus mammoth, descoberto da mesma amostra pré-histórica de lã de mamute que encontraram o Megavirus mammoth e o Pandoravirus mammoth. Esta linhagem é a segunda de pithovírus encontrada na história, isolada a partir de uma amostra de 27.000.

Cedratvirus lena

Os cedratvírus são um subgrupo da família pithovírus. Eles também fazem parte dos vírus gigantes que infectam amebas. O Cedratvirus lena, especificamente, foi extraído do permafrost dos bancos enlameados do rio Lena, medindo cerca de 1,5 micrômetros. As outras linhagens encontradas na Rússia são a C. kamchatka, da península de mesmo nome, e C. duvanny, das lamas do rio Kolyma, que fluíram por conta do derretimento e mistura do permafrost de diversas idades geológicas.

Mollivirus sibericum

 O Mollivirus sibericum foi encontrado em uma amostra de permafrost siberiano com 30.000 anos. Ele também faz parte dos vírus gigantes que podem ser visíveis em um microscópio ótico tendo de 0,6 a 1,5 micrômetros de diâmetro.

Por: O Globo