Auto de natal
Meu amado filho, Mateus Levi, encerrou com ótimas notas o quinto ano do Fundamental no Bom Jesus São José. Em 08 de dezembro, às 17h40min, tivemos o auto de natal, um evento-apresentação de encerramento do ano letivo. Os alunos/filhos vestindo touca de papai-noel e uma sobrepeliz vermelha sobre os ombros, batendo sineta ao som de […]
Por Israel Minikovsky 12 min de leitura
Meu amado filho, Mateus Levi, encerrou com ótimas notas o quinto ano do Fundamental no Bom Jesus São José. Em 08 de dezembro, às 17h40min, tivemos o auto de natal, um evento-apresentação de encerramento do ano letivo. Os alunos/filhos vestindo touca de papai-noel e uma sobrepeliz vermelha sobre os ombros, batendo sineta ao som de uma música natalina. De fato, se a meta era a integração com a comunidade, penso que o objetivo foi atingido. As professoras, com a devida justiça, foram homenageadas. Marcou a presença o Rev. Pe. Marquinhos, que nos lembrou de que tanto Maria quanto seu esposo José, deram seus respectivos aceites ao plano de Deus através da mediação de anjos. Mais precisamente, o anjo Gabriel. Então foi rezada a oração do Santo Anjo. Independente se, deveras, cada um de nós, ou, ao menos, cada criança, tem o seu “anjo-da-guarda” ou se, simplesmente, existem “anjos que guardam”, a referência a estes seres espirituais é oportuna. A tradição judaica está recheada de menções a eles. Não por mero acaso, o maior teólogo católico de todos os tempos, Tomás de Aquino, foi alcunhado de “Doutor Angélico”. O aludido religioso, presente ao evento, recuperou a memória de São Nicolau, o então bispo amigo das crianças a quem presenteava. Ele disse que, historicamente, o dia do Santo era 06 de dezembro, mas que, com o tempo, a entrega dos presentes foi protelada do dia 06 ao 24, pela conveniência natalícia. Após ser anunciado por uma duende, bem estilosa e caracterizada, ingressou no paço pedagógico o bom velhinho, com cajado e longas barbas. Então o ancião deu o ar de sua graça àqueles pobres mortais, que ali estávamos, e pudemos pousar para fotos ladeados pela augusta personalidade setentrional. Saímos dali, tencionando saborear algumas batatinhas-fritas, mas foi difícil encontrar estacionamento, e quando pudemos deixar o carro em algum lugar, a lanchonete estava lotada e avaliamos que seria melhor ir para casa. Tudo bem, os apetecíveis tubérculos podem esperar, pois a fome vai e volta. E, além do mais, “o essencial é invisível aos olhos” (Saint-Exupéry). Momentos como estes são importantes porque nos devolvem a noção de tempo “kairós”, ou seja, para além da linearidade do tempo há o aspecto cíclico. O ciclo anual é um bom referente para avaliarmos nosso desempenho em todas as áreas, não só profissional, econômica, acadêmica ou intelectual, mas como pessoa e espiritual também. O fim do ano também serve para olhar para trás e mensurar o crescimento de nossos filhos. A pausa que fazemos na virada, natal-révellion, pode ser o instante mais estratégico para deliberar sobre o agir do ano vindouro. A criatividade que nos faltou quando estávamos na sobriedade, de repente, vem à tona, após algumas latinhas de uma boa cerveja. Talvez não tenhamos nos dado conta disso, mas o fim de ano, para muitas pessoas, é uma fase especial não pelos presentes que recebemos ou damos, mas por aquilo que eles representam. Sendo assim, o bem-estar ou a satisfação se encontram no plano do simbólico. Sendo os presentes ou homenagens o pretexto concreto de que precisamos para nos sentir amados, ou para fazer prova de que amamos certas pessoas. Natal não é uma luz, é a luz! A luz de que o mundo tanto precisava e precisa e, por misericórdia e favor imerecido, acabou recebendo, consoante o infinito amor do coração de Deus!