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Conservadorismo do Congresso defende a não tributação dos super-ricos 

Economia

Por Jornal Liberdade 7 min de leitura

Durante a abertura da conferência Dilemas da Humanidade: Perspectivas para Transformação Social, nesta terça-feira (8), ocorrida no Sesc Pompeia, em São Paulo (SP), o ministro da Fazenda Fernando Haddad defendeu a taxação dos mais ricos para o combate à desigualdade e criticou os limites impostos pelo conservadorismo do Congresso à atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele também alertou para o avanço da extrema direita no mundo e cobrou da esquerda internacional mais ousadia e ambição para propor transformações estruturais.

Haddad focou, na sua fala, no projeto de lei que isenta do Imposto de Renda pessoas com salário de até R$ 5 mil mensais. Segundo ele, a proposta enviada pelo governo ao Congresso beneficia diretamente cerca de 10 milhões de brasileiros com isenção total, além de outros 5 milhões com redução da alíquota — todos financiados pela cobrança de imposto mínimo sobre 141 mil pessoas com rendas anuais acima de R$ 1 milhão.

“A cada brasileiro super-rico, conseguimos beneficiar 100 trabalhadores: dois terços com isenção e um terço com redução. Estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas também entre as dez mais desiguais. Esse é o paradoxo de muitas economias mundo afora, não é uma especificidade do Brasil. Há muitos países com altíssima desigualdade de renda que podem usar o exemplo que está sendo dado pelo Brasil”, afirmou.

O ministro reconheceu que a proposta é considerada “pouco ambiciosa” por setores progressistas, mas explicou que os limites decorrem da composição conservadora do Congresso Nacional. “Somos um governo progressista de frente ampla, porque a direita democrática faz parte do nosso governo, mas que tem um Congresso bastante conservador”, disse. No entanto, ele garantiu que consegue “navegar nesse território”.

São Paulo (SP)

 Adele Robichez e Thalita Pires