Página Inicial | Colunistas | ESTRADA DONA FRANCISCA 15

ESTRADA DONA FRANCISCA 15

PROSPERIDADE. No Brasil, os imigrantes europeus não reproduziram as formas pretéritas do camponês autônomo, mas sim introduziram relações mercantis com base na pequena propriedade, no artesanato e na pequena oficina. Estavam dadas as condições concretas para fundar uma economia com uma ampla divisão social do trabalho. Esse foi um dos fundamentos do rápido e próspero […]

Por Celso e Mariana 10 min de leitura

PROSPERIDADE.

No Brasil, os imigrantes europeus não reproduziram as formas pretéritas do camponês autônomo, mas sim introduziram relações mercantis com base na pequena propriedade, no artesanato e na pequena oficina. Estavam dadas as condições concretas para fundar uma economia com uma ampla divisão social do trabalho. Esse foi um dos fundamentos do rápido e próspero desenvolvimento de Joinville, São Bento e região.

Assim nasciam as mais diversas profissões: ferreiro, comerciante, lenhador, sapateiro, alfaiate, serralheiro, moveleiro, agricultor, fazendeiro, carroceiro profissional e tantas outras das quais hoje, algumas não mais existem.

  1. ESTRADA IMPERIAL DONA FRANCISCA PASSANDO POR LENÇOL – 1879 (?) 

No final da década de 1870, a passagem da estrada por Reinchenberg, que foi o nome primitivo de Lençol, fez aquela localidade tomar impulso para o desenvolvimento e tornar-se importante centro colonial.

Não temos absoluta certeza da data desta rara fotografia. Ali foram instaladas várias pequenas indústrias como, fábrica de vidros, fábrica de cerveja, oficina de carroça, celaria, forte comércio, hotel para os viajantes, açougue, serrarias, etc, enquanto São Bento continuava abandonado a 5km dali. 

Nessa mesma época, à beira da Estrada Dona Francisca, ao longo da serra, apareceram várias casas comerciais e ferrarias onde se fabricavam ferramentas e carroças que deram grande impulso ao progresso de toda a região.    

No entanto, algumas coisas atrasaram, e muito, o progresso e atrapalharam a vida dos imigrantes estabelecidos em São Bento. Uma delas foi a Revolução Federalista que trouxe pavor e discórdia aos habitantes.

PREJUÍZOS.

Pela Estrada Dona Francisca marcharam os exércitos republicanos e revolucionários na Revolução Federalista (1893/1894) que invadiram e ocuparam São Bento alastrando pavor, morte, discórdia e prejuízos aos seus habitantes.

Quanta gente perdeu seus cavalos, vacas, alimentos e pertences levados (roubados) pelos revolucionários que prometiam devolver depois da revolução, mas nunca devolveram. Inclusive, jovens foram recrutados à força para acompanharem os revolucionários na guerra.

Ainda hoje permanecem lembranças daquele tempo nefasto, uns memoriais outros materiais. Por exemplo, há famílias que não se relacionam amigavelmente imbuídas com lembranças intempericas, porque uns defendiam a causa revolucionária, outros  a causa republicana e assim criaram inimizades que, mesmo atenuadas, permanecem. Outro exemplo, a casa Neumann.

  1. CASA NEUMANN.

 À beira da Estrada Dona Francisca antiga, ainda hoje pode-se contemplar a casa Neumann que serviu de quartel-general ao general federalista Piragibe. Quem passa por ela e conhece a sua história, lembra dos tempos bélicos.

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!