ESTRADA DONA FRANCISCA (4)
ALFÂNDEGA NA ESTRADA. Após sua fundação, São Bento já enfrentara vários obstáculos e o pior veio em Dezembro de 1874. Naquela época, as mulas carregavam produtos da roça até Joinville e traziam de volta outros produtos (comida, ferramentas, couro, etc.) pelas picadas, ainda não havia estrada. BARREIRA POLICIAL NA PICADA DE MULAS. (Foto 1) De […]
Por Jornal Liberdade 8 min de leitura
ALFÂNDEGA NA ESTRADA.
Após sua fundação, São Bento já enfrentara vários obstáculos e o pior veio em Dezembro de 1874. Naquela época, as mulas carregavam produtos da roça até Joinville e traziam de volta outros produtos (comida, ferramentas, couro, etc.) pelas picadas, ainda não havia estrada.
BARREIRA POLICIAL NA PICADA DE MULAS. (Foto 1)
De repente, na encruzilhada para São Bento, na altura de São Miguel, os colonos depararam com um rancho e tropas de policiais paranaenses formando uma barreira (alfândega) cobrando exportação e importação de produtos, alegando que o planalto era do Paraná e Joinville era de Santa Catarina. Pagar impostos ao Paraná para levar produtos a Joinville e pagar impostos para trazer produtos para São Bento foi demais! Aí a cobra fumou e o pau quebrou feio com protestos verbais e escritos, ameaças e pancadaria mano a mano!
O diretor da Colônia Dona Francisca, Sr. Frederico Brüstlein, em telegrama ao Ministro da Agricultura, pediu socorro dizendo que “… os tropeiros não querem mais passar por lá por causa das violências cometidas na Estrada Dona Francisca. Escondidos no mato, indivíduos armados, entre os quais um holandês e um português ameaçaram de morte o Juiz de Direito e o feitor da estrada. Pedimos proteção aos empregados da estrada contra brutos armados”. (in São Bento do Sul de Carlos Ficker).
O Presidente da Província do Paraná advertiu o Presidente da Província de Santa Catarina que chegariam de Curitiba à Encruzilhada, forças armadas. Santa Catarina respondeu que fossem imediatamente retirados os destacamentos sob pena de um sério confronto armado com os tropeiros, colonos e moradores de São Bento. Diante de tal ameaça, o Paraná retrocedeu e a barreira foi retirada.
VIGILANTE NOTURNO DO ACAMPAMENTO DOS TRABALHADORES.
Com o esforço bruto dos trabalhadores aos trancos e barrancos a construção da estrada foi avançando, sob sol escaldante do verão e frio congelante do inverno. Dormindo no mato em cabanas de pau a pique, os pioneiros tinham saudade da família e medo de bandidos ameaçadores armados que se escondiam na capoeira. Finalmente, no dia 24/06/1877 chegou de São Bento a Joinville, a primeira carroça carregada de erva-mate.
Pois é, amigos! Por muito pouco não houve guerra entre Santa Catarina e Paraná. (Continua).
Obrigado! Um abraço de Celso e de Mariana!