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ESTRADA DONA FRANCISCA 7.

PROBLEMAS E PROGRESSO. A Estrada Dona Francisca em alguns trechos era estreita e passava uma carroça por vez, em outros, duas carroças, uma resvalando na outra, tendo os condutores o cuidado de não se enroscarem causando prejuízos, como lona rasgada ou partes quebradas.  VINGANÇA. Num certo dia, uma carroça de São Bento que descia a […]

Por Jornal Liberdade 8 min de leitura

PROBLEMAS E PROGRESSO.

A Estrada Dona Francisca em alguns trechos era estreita e passava uma carroça por vez, em outros, duas carroças, uma resvalando na outra, tendo os condutores o cuidado de não se enroscarem causando prejuízos, como lona rasgada ou partes quebradas. 

VINGANÇA.

Num certo dia, uma carroça de São Bento que descia a serra enroscou-se e rasgou a lona de uma carroça de Rio Negrinho que subia a serra. O carroceiro de Rio Negrinho – de família bem conhecida – matou o carroceiro de São Bento com um tiro de pistola ali mesmo no local do encontrão. O assassino fugiu e, conforme relatos antigos, escondeu-se em Lageado, vizinho de Rio Negrinho. E, lá, teve o mesmo sinistro destino da sua vítima na serra. Quando ia aos bares, temendo vingança, pedia o que queria montado no cavalo fora do bar e era atendido pela janela. Porém, numa tarde, alguém saiu do bar e atirou nele à queima-roupa matando-o na hora. Vingança, com certeza!

Esse foi apenas um dos casos da história da Estrada Dona Francisca.

CARROÇAS SUBIAM E DESCIAM A SERRA DURANTE O DIA INTEIRO.

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Depois de concluída, a Estrada Dona Francisca possibilitou o desenvolvimento mais robusto de Joinville e, também, do planalto catarinense. O Paraná sentia-se lesionado e pressionava cada vez mais nos tribunais para que a questão das terras lhe fossem favoráveis, pois considerava que a região desde o rio Negro até a Serra do Mar lhe pertencia. Se ganhasse a questão, obrigaria o transporte dos produtos do planalto ao porto de Paranaguá. Os dados seguintes dizem tudo:

Pela Estrada Francisca, em 1877, a exportação de mate atingiu 840 toneladas. Em 1879 o faturamento em exportações de erva mate foi de 500 contos de réis (quinhentos milhões de réis) uma cifra ($) bem alta para a época – Relatório anual de Sociedade Colonizadora (1879, pág. 9).

Em 1885 o transporte de erva mate pela Estrada Dona Francisca era feito por 600 carros de quatro rodas até Joinville e, de Joinville até São Francisco, pelo rio Cachoeira por duas embarcações à vapor e dez embarcações à vela. Na serra, as filas de carroções eram intermináveis. Só paravam à noite impossibilitados de prosseguir.

Mais da metade das exportações de produtos ficava por conta do mate. (Continua).

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!