ESTRADA DONA FRANCISCA (Parte 9).
ABANDONO Desde o início da sua construção (Joinville, 1858) até seu término (Rio Negro, 1895), os acontecimentos ligados à Estrada Dona Francisca são tantos que seria necessário um livro para descrevê-los todos. Entre eles, a Questão do Contestado, a criação do sindicato dos 900 carroceiros, o serviço de diligências entre São Bento e Joinville, o […]
Por Jornal Liberdade 9 min de leitura
ABANDONO
Desde o início da sua construção (Joinville, 1858) até seu término (Rio Negro, 1895), os acontecimentos ligados à Estrada Dona Francisca são tantos que seria necessário um livro para descrevê-los todos. Entre eles, a Questão do Contestado, a criação do sindicato dos 900 carroceiros, o serviço de diligências entre São Bento e Joinville, o transporte de erva mate, os acidentes com carroções e, mais tarde com os veículos automotores que até hoje teimam em acontecer, o transporte de doentes a pé ou com carroças do planalto para Joinville, o sequestro do subdelegado de São Bento, o abandono da estrada devido ao sistema ferroviário, o progresso de São Bento e região planaltina, as brigas entre carroceiros e caminhoneiros, a vida dos carroceiros nas viagens entre São Bento e Joinville…e assim por diante. O tempo passou, tudo mudou e, alguém precisa resgatar a história desta preciosa estrada que proporcionou vida e progresso no Planalto Catarinense. É o que estamos fazendo!
Hoje, veremos porque a Estrada Dona Francisca foi quase totalmente abandonada depois de 1913.
ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO BENTO EM 1923. (Foto 1)
Com a passagem da via férrea por São Bento e por Rio Negrinho as mercadorias, em sua maioria, passaram a ser transportadas por trens. O transporte rodoviário com caminhões diminuiu a quase zero e a Estrada Dona Francisca ficou abandonada à própria sorte. As pilhas de madeira ao longo da via férrea eram tantas que apodreciam com o tempo, pois o trem não dava conta de transportar toda a mercadoria. O transporte via férrea era mais seguro, o trem não atolava, carregava mais cargas que os caminhões, assim levava vantagem sobre o transporte rodoviário. Acontecimento parecido registrou-se em tempos anteriores com as carroças que foram substituídas por caminhões.
ATOLADOR. (Foto 2)
Os caminhões estão atolados na lama em algum trecho de Estrada Dona Francisca entre São Bento e Rio Negrinho.
As dificuldades eram enormes. Em épocas chuvosas, os caminhões que teimavam em rodar por ela paravam nos atoleiros. O pessoal do caminhão ou pousava no mato, esperava a chuva passar e a estrada secar, ou voltava a pé para casa, dependendo do trecho onde estava. Dificilmente havia socorro de trator ou guincho para arrastar o caminhão. Não era fácil enfrentar o frio da noite chuvosa, no inverno, dormindo dentro da cabine de um caminhão!
Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!