HOMENAGEM e GRANDES GÊNIOS
O atraso do pagamento aos trabalhadores incentivou uma greve geral
Por Celso e Mariana 11 min de leitura
ESTRADA DONA FRANCISCA (44)
MOTIVOS (APARENTES) DA DEMORA NA CONSTRUÇÃO DA EDF.
Vamos enumerar alguns empecilhos.
Em 1858, os trabalhos começaram com 40 trabalhadores porque não havia gente. Seus instrumentos eram pás, enxadas, picaretas, facões e a força braçal. Na guerra contra o Paraguai (1864-1870) o governo Imperial desviou os gastos com a estrada para a guerra – manutenção, compra de armas, gastos com as tropas – transportes, remédios, roupas, etc. Assim, os trabalhos ficaram paralisados.
- TRECHO DA ANTIGA EDF QUE NÃO FOI DANIFICADO PELAS CHUVAS.
Houveram alguns anos de chuvas prolongadas (1884 e 1888) que danificaram os trechos já construídos e que tiveram que ser recompostos. Isso agravou a situação nos trechos não macadamizados. Os gastos com a recuperação dos trechos danificados pelas chuvas eram quase superiores aos gastos com obras novas, como em 1884, quando foram despendidos 12:000$225 para reparar os estragos causados pelos temporais e 15:474$040 com obras novas de empedramento.
Esta situação se repetiu no ano de 1888, quando as despesas com reparos (184 Hist. R., Goiânia, v. 19, n. 1, p. 171-196, jan./abr. 2014) consumiram 33,4% do total das subvenções. Portanto, se não fosse tomada uma medida mais enérgica para concluir as obras, os recursos liberados seriam, na sua maioria, absorvidos pela conservação da estrada (BRASIL, 1889). O pesado tráfego feito pelas carroças e pelos carroções (Sãobentowagen), carregados de erva-mate, que desciam até Joinville, também contribuíam para aumentar o desgaste da estrada. No ano de 1890, estavam empregados 670 trabalhadores no prolongamento e na conservação da estrada.
- PONTE DE PEDRA.
Esta ponte foi construída em 1884 para dar passagem à EDF e permanece como foi construída até nossos dias.
A Revolução Federalista foi outro grave motivo que paralisou os serviços já no final das obras (1893-1894) se consideramos que a conclusão dos trabalhos foi em 1895.
A intervenção militar do Paraná que não queria que a estrada fosse traçada até Rio Negro causou graves conflitos com os trabalhadores e com os administradores, requerendo a intervenção do Governo Imperial. Houveram muitos confrontos e várias mortes.
O atraso do pagamento aos trabalhadores incentivou uma greve geral onde 300 homens seqüestraram o delegado de São Bento e o levaram até Joinville como garantia para receberem os salários atrasados.
Era confusão em cima de confusão que atrapalhava o andamento das obras. (Continua).
Um abraço de Celso e outro de Mariana.