Página Inicial | Colunistas | HUMOR PORTUGUÊS

HUMOR PORTUGUÊS

Vamos descarregar as tensões com um pouco de bobag

Por Celso e Mariana 36 min de leitura

BODE BRABO

 Vamos descarregar as tensões com um pouco de bobag… isto é, de bom humor! Uma boa piada sempre anima as minhocas que circulam dentro da cachola.

São seis histórias de português para você rachar o bico de tanto dar risada.

 Divirta-se!

HISTÓRIA 1.

PORTUGUÊS APAIXONADO

LAMBRETA

Esta é a famosa LAMBRETA, motoneta italiana, bastante vendida no Brasil nos anos 50 e 60. As rodinhas largas e pequenas, eram um convite a levar um tombaço no barro. Veículo bastante prático e econômico.

Um português (tinha que ser um português!) lá em Portugal ouviu falar que no Brasil havia um veículo de duas rodas chamado lambreta. Ficou curioso pela tal de lambreta, reuniu uns trocos e veio ao Brasil afim de comprar uma.

MORENAÇA

Manuel quase desmaiou.

 Quando chegou no Rio de Janeiro, viu uma linda morena, que passou rebolando na frente dele. Imediatamente ficou bem louco e se apaixonou pela garota. Manuel, o português (tinha que ser Manuel ou Joaquim!), tomou coragem e foi falar com seu Godofredo, o pai da moça.

 Seu Godofredo estava sentado na varanda na frente da casa onde passava uma rua de terra batida e foi lá que Manuel encontrou-se com seu Godofredo.

-Seu Godofredo, eu vim aqui pedir sua filha em casamento.

Godofredo logo largou uma bateria de perguntas pra cima do português:

-Seu Manuel, o sr. tem casa para morar?

-Por enquanto ainda não, mas vou trabalhar, ganhar dinheiro, depois eu compro uma casa.

-Seu Manuel, o senhor tem dinheiro para sustentar a minha filha?

-Por enquanto ainda não, mas vou ganhar dinheiro para sustentar a sua filha.

-Pois é, seu Manuel! Por enquanto ainda não vai dar negócio. Não posso deixar a minha querida Juju passar fome e morar debaixo da ponte. Volte quando ficar rico!

Manuel saiu triste andando pela rua e, lá mais adiante, encontrou um amigo que soube dos planos de Manuel em relação à lambreta e disse-lhe:

-Manuel, você é um gajo de sorte! Logo ali na frente tem um homem que quer vender a lambreta dele bem baratinho.

Manuel já tinha ouvido falar, mas nunca tinha visto a tal máquina. Desejoso de não andar mais a pé e impressionar o pai de Juju, foi até o dono da lambreta, só que o vendedor viu que Manuel não tinha dinheiro suficiente para comprar a sua lambreta.

 Então, resolveu enganar o português. Mostrou-lhe um grande bode dizendo que era uma lambreta, que deveria montar na “lambreta”, se agarrar no guidão (chifres) para guiar o veículo e que poderia ir para onde quisesse.

Manuel não titubeou, gastou seus últimos níqueis e comprou a poderosa máquina.

Planejou passar na frente da casa do pai da sua amada para mostrar riqueza e ostentar poder.

CADÊ O BREQUE?

Montou no bicho, agarrou-se nos chifres, o bode assustado saiu em desabalada carreira com Manuel no lombo. Mas, a velocidade e o tranco eram demais e Manuel sacolejava perigosamente pra lá e pra cá. Aí ficou tomado de pavor e procurou o freio da lambreta e não achou.

Olhou para trás, viu o rabo do bode balançando, tipo uma alavanca e pensou:

– Ah, o freio é atrás. Puxou violentamente no rabo do animal que soltou um grito: Bééééééé!

Manuel exclamou:- Raioxx! Isso aí é a buzina!

Nesse tempo, Seu Godofredo, que estava ainda sentado na varanda em frente a rua, viu alguma coisa passar a toda velocidade levantando uma cortina de poeira com Manuel em cima.

Levantou da cadeira e gritou enquanto Manuel sumia na poeira:

-Aí, seu vagabundo! Pra casar com minha filha você não tinha dinheiro, mas pra comprar uma lambreta você tinha, né?

Gostou da história? Quem não gostou foi o bode!

BODE NERVOSO

HISTÓRIA 2.

MANUEL E JOAQUIM, OS VETERINÁRIOS.

VACA LOUCA

Manuel encontrou um amigo chamado Joaquim (tinha que ser outro português!). Os dois resolveram ganhar dinheiro e abriram um consultório veterinário para atender a bicharada dos fazendeiros da região.

Alugaram uma sala, colocaram uma placa em cima da porta: VETERINÁRIOS.

Logo apareceu um fazendeiro que os contratou para salvar uma vaca doente.

Lá foram os “veterinários” examinar a vaca.

A vaca deitada, murcha, não conseguia levantar-se.

Manuel foi na frente da vaca abriu a boca do animal, pediu para Joaquim ir atrás da vaca e levantar o rabo da “Mimosa”.

– Joaquim, olhe por dentro dela e veja se me enxerga aqui na frente?

 Joaquim olhou e gritou:

-Não vejo nada! Tá tudo escuro!

-Então, o problema é NÓ NAS TRIPAS!

-Vamos ter que soprar pra tentar desfazer o nó!

Arranjaram um canudinho, enfiaram no fiofó da vaca e Joaquim começou a soprar na tentativa de inflar, levantar o bicho e desfazer o nó nas tripas.

Soprou, soprou, soprou e nada…a vaca nem se mexia.

Já bem cansado, Joaquim propôs:

Manuel, agora é tua vez de soprar!

Manuel foi lá atrás, tirou e virou o canudinho e enfiou a outra ponta na vaca.

Joaquim, curioso perguntou:

-Ô pá, meu! Por quê, trocaste o lado do canudo?

-Achas que sou bobo de soprar no lado que tu tinhas na tua boca?

HISTÓRIA 3.

O TREM

DE GUARDA-CHUVA NO TREM

Os negócios não deram certo para Manuel, por isso, resolveu voltar para Portugal. Para chegar até o porto, pegou um trem. Começou a chover e no vagão de Manuel havia uma goteira bem em cima da sua cabeça. Manuel armou um guarda-chuva e ficou lá tranquilo. O chefe do trem vendo que Manuel estava sozinho no vagão, sugeriu-lhe:

-Senhor, porque não troca de lugar?

 -Trocar com quem, só tem eu aqui dentro desse vagão?

Nesse momento, os alto-falantes da estação anunciaram:

“SENHORES PASSAGEIROS, O TREM VAI PARTIR DENTRO DE UM MINUTO!”

Imediatamente, Manuel jogou-se pela janela e caiu lá fora sobre as pedras. Todo esfolado, enquanto o trem se afastava, gritou:

-Se quiser se partir que se parta sozinho, mas não comigo dentro!

HISTÓRIA 4.

DESTRUIDOR DE TRENS

MAS, PÁ! QUE SUSTO! VÁ INCOMODAR O CAPETA!

Manuel conseguiu alugar uma casinha à beira da linha férrea. Só que tinha um problema: em todos as noites, lá pelas três da manhã, uma maria-fumaça passava e apitava bem em frente à sua janela e cada vez ele caia da cama de susto.

Muito chateado com isso, resolveu acabar com aquela putar… quero dizer, com aquele incômodo!

Comprou um laço, subiu no barranco ao lado onde o trem passava e resolveu laçar o bicho para descarrilá-lo dos trilhos, a fim de acabar com a raça daquele monstro.

LAÇANDO O TREM

E lá veio a maria-fumaça. Quando estava ao seu alcance, Manuel laçou a chaminé da máquina e puxou com força, mas aconteceu que, obviamente, foi ele que foi puxado e arrastado nos trilhos. Ficou um mês no hospital até que todas as suas partes fossem remendadas.

HISTÓRIA 5.

BICHO PERIGOSO.

Manuel sapateou em cima do brinquedo até triturá-lo por completo

Depois, quando saiu do hospital, vagando pelas ruas da cidade, à noite, meio sem rumo, passou em frente a uma loja que expunha uma linda maria-fumaça de brinquedo.

Tomado de fúria, quebrou o vidro da loja, saltou para dentro e pulou em cima do brinquedo até esfarelá-lo por completo.

A polícia, que passava pelo local, prendeu-o. Na delegacia, o delegado perguntou:

-Qual foi o motivo que o levou a praticar esse crime?

-Olha, seu delegado! Esses bichos tem que matar enquanto são pequenos, porque depois de grande ninguém mais pode com eles.

HISTÓRIA 6.

A FARMÁCIA.

PROCURANDO FARMÁCIA.

Um amigo, seu Quinco, com dó de Manuel, pagou a fiança, tirou-o da cadeia e levou-o para casa para trabalhar em afazeres domésticos. Numa certa manhã o dono da casa pediu para Manuel ir até a farmácia e trazer-lhe um remédio para dor de cabeça.

Manuel foi, mas voltou só à noitinha sem o remédio.

Seu Quinco, furioso, quis saber o que tinha acontecido.

Manuel alegou que não encontrara nenhuma farmácia.

Seu Quinco apontou para o outro lado da rua:

– Olhe lá, Manuel! Ali tem uma farmácia, você não sabe ler a placa?

– Mas, lá está escrito PHARMÁCIA!

– Manuel, seu burro! Aquilo é uma escrita antiga quando o P valia F!

– Pois é, patrão! Só que nem um Pilho da Futa me avisou disso!

Pois é, amigo! Agora que você já está com dor de estômago de tanto dar risada, aproveite e chame o Manuel para ir comprar um remedinho na farmácia!

HISTÓRIA.

Na verdade, o povo português foi e é um dos mais inteligentes e corajosos. Em séculos passados, os portugueses foram os maiores navegadores do mundo. Alcançaram terras além-mar navegando em frágeis “banheiras” de madeira nos mares tenebrosos numa época em que se acreditava haver terríveis monstros nos oceanos e alguns ainda achavam que a Terra era plana. De cada dez caravelas que partiam de Portugal, sete desapareciam para sempre nos oceanos tidas como engolidas pelos monstros.

Aqui no Brasil, a partir de uma pequena faixa de terra, determinada pelo tratado de Tordesilhas – uma linha reta de Belém (Pará) até Laguna (S.C) – desbravaram milhões de quilômetros de selva instransponíveis, enfrentaram mil perigos e dificuldades e transformaram aquela estreita faixa em um país continente, o quinto maior território mundo. (Por ordem: Rússia, China, Canadá, Estados Unidos e Brasil)

No Brasil, as piadas contra os portugueses começaram na Inconfidência Mineira, aquela de Tiradentes, quando os revoltosos desejavam formar uma pátria independente – não a do Brasil, mas a de Minas Gerais – comandada por eles, a turma de Tiradentes. Porém, o exército português era muito forte e uma tática, ainda hoje empregada para enfraquecer o inimigo, era lançar piadas difamatórias contra ele.

Hoje, as piadas não mais têm cunho difamatório, mas humorístico simplesmente.

Então, por causa dos portugueses os brasileiros são mais alegres.

Obrigado! Abraços de Celso e de Mariana!