Inverno moderno
Que saudade do inverno da minha infância Trigo sobre tudo, a tal geada Ontem frio em abundância Agora, frio, que nada! Deambulo por São Bento Sempre com minha valise Sem frescor, matina ou vento A estação entrou em crise O frio foi embora Levando a doçura da mimosa Que triste esta hora Nossa vila tão […]
Por Israel Minikovsky 4 min de leitura
Que saudade do inverno da minha infância
Trigo sobre tudo, a tal geada
Ontem frio em abundância
Agora, frio, que nada!
Deambulo por São Bento
Sempre com minha valise
Sem frescor, matina ou vento
A estação entrou em crise
O frio foi embora
Levando a doçura da mimosa
Que triste esta hora
Nossa vila tão charmosa
O frio que nos desperta
Retirou-se, bateu asas
Ao trabalho foi a melhor oferta
Parou de cingir casas
Preocupados, em alerta
Suplicamos pelo frescor
Devolva-nos o frio
A bela e alva cor
Da nossa terra o lindo brio
Álgido marcador
Esporeia grande e inseto
Cobre pedra e flor
Das matinas é o afeto
Das vésperas é o amor
Visite-nos o frio de outrora
Seja amanhã
Senão agora
Seja avelã
Se não amora
Frio é vitamina
Chimarrão e café
Com o trabalho sempre rima
Com agasalho e fé
Top da estação
No abraço o calor
Embala o coração
Da alma tira a dor
Venha a nós a amenidade
À criança e à grande idade
Recuperar os velhos tempos
Lembrança e pensamentos
Geada qual doçura
Mestra e amiga
Do ensinamento a candura
Das oiças d’alma a cantiga