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LAGOA DA MÚSICA

LAGOA DA MÚSICA. REVOLUÇÃO FEDERALISTA. O MASSACRE FEDERALISTA DO RIO NEGRO EM BAGÉ, EM 28 DE NOVEMBRO DE 1893. ATENÇÃO! Quem não tem “estômago forte” não leia esta reportagem e não aprecie certas cenas! Não é aconselhável para pessoas sensíveis ao sofrimento alheio. Este trabalho aborda e denuncia o massacre, até então sem precedentes na […]

Por Celso e Mariana 1 min de leitura

LAGOA DA MÚSICA.

REVOLUÇÃO FEDERALISTA.

O MASSACRE FEDERALISTA DO RIO NEGRO EM BAGÉ, EM 28 DE NOVEMBRO DE 1893.

ATENÇÃO!

Quem não tem “estômago forte” não leia esta reportagem e não aprecie certas cenas! Não é aconselhável para pessoas sensíveis ao sofrimento alheio.

Este trabalho aborda e denuncia o massacre, até então sem precedentes na História do Brasil em Rio Negro, em Bagé, atual município de Hulha Negra- RS, de cerca de 300 ou 400 soldados que foram degolados inermes, após se renderem, em combate, sob garantia de vida, no contexto da mais violenta e cruel revolução brasileira e outro tanto de civis que não foi poupado da fúria dos carniceiros. A Revolução Federalista 1893-95, por esta razão, é chamada Revolução de Bárbaros ou Revolução Maldita.

CONFRONTO ENTRE MARAGATOS E PICA-PAUS

Os mapas mostram a localização da área do confronto no sul do Rio Grande do Sul. Hulha significa carvão e Negra provém da cor do minério.

MAPA DA LOCALIZAÇÃO DE HULHA NEGRA

Nós publicamos a história da REVOLUÇÃO FEDERALISTA no Jornal impresso LIBERDADE em quase 50 capítulos. Porém, devido ao pouco espaço que um jornal permite, o fizemos de modo muito reduzido e resumido.

HULHA NEGRA

 Esta revolução, que ceifou a vida de mais de dez mil pessoas entre militares e civis nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, é narrada em muitos livros, sendo assim impossível publicá-la por inteira em páginas de jornais.

 Deixamos de contar muitos episódios políticos, sociais e bélicos, entre eles alguns tão aterradores que, devido à ética, não é aconselhável que se narre sem prévia preparação do leitor. Mas, um desses casos, que aconteceu no Rio Grande do Sul, em plena batalha, podemos narrar. É a história da Lagoa da Música.

Corria o ano de 1893, os pica-paus, exército que defendia os princípios políticos da então recente República proclamada por militares e comandada naquele momento pelo Marechal Floriano Peixoto, lutava e defendia a cidade com 1.000 homens contra os maragatos, exército federalista, formado por 3.000 revolucionários que não aceitavam a forma política imposta pelos republicanos.

MASSACRE – 

Sob o comando de Zeca Tavares, combatentes federalistas (Maragatos) e republicanos (Pica-paus), comandados pelo general Isidoro Fernandes se enfrentaram durante sete dias. As duas forças se encontraram em Rio Negro, atual município de Hulha Negra, no Rio Grande do Sul, e empreenderam um confronto sangrento quase inconcebível para a mente humana, tamanha foi a violência e as atrocidades cometidas por ambos os lados.

Entre tiros, facas, facões, baionetas e canhões e furiosas lutas corpo a corpo, no final da batalha centenas de corpos estirados no chão, ali ficaram apodrecendo ao relento.

COMANDANTES DOS MARAGATOS

Os maragatos (federalistas) venceram a batalha e fizeram 300 prisioneiros pica-paus (republicanos) que se renderam – alguns historiadores afirmam que foram pelo menos 400 prisioneiros – e que foram confinados dentro de um cercado de pedras, usado como curral para animais, onde também havia um lago, sob a promessa de terem suas vidas poupadas.

AVISO: Se você é muito sensível, não olhe a fotografia e nem leia o parágrafo abaixo.

ESPETAVAM OS OLHOS COM FACAS E OS ARRANCAVAM

Tamanha era a selvageria. Pareciam demônios movidos à ódio.

 Mas, naquela revolução a ordem era poupar munição, por isso, os inimigos, tanto de um lado como de outro, eram executados por enforcamento, espetados com facões e espadas, torturados impiedosamente sob vários sofrimentos insanos, como por exemplo, lhes eram arrancada a pele, centímetro a centímetro, até que morresse em tremendo suplício e, também, ou era cortado um dedo da vítima, depois mais um, depois outro, com facas afiadas, cortavam os dois lábios para que parece rindo, arrancavam os olhos das pessoas com faca que espetavam nos globo ocular, cortavam a barriga e puxavam as tripas com as próprias mãos porque gostavam de se lambuzar de sangue e ver o sofrimento do oponente, as degolas eram constantes. Os fuzilamentos eram poucos, por motivo, como já dissemos, de conter o uso de munições para uso em confrontos.

Naquela noite, em que os republicanos foram presos no cercado de pedras, os maragatos resolveram eliminá-los de maneira cruel e sem gastar munições.

ADÃO LATORRE, O DEGOLADOR

Entre os maragatos estava um famoso degolador impiedoso, violento e temido que tinha prazer em ver o sangue correr das vítimas enquanto suas cabeças rolavam no chão. Era Adão Latorre, um negro que tivera sua família assassinada no seu sítio, no Rio Grande do Sul, enquanto estava no mato caçando. Ao chegar em casa deparou com a terrível cena da sua família degolada por inimigos políticos.

A partir daquele dia passou a ser um impiedoso e vingativo degolador de inimigos políticos e

quando integrou as forças federalistas, a degola tornou-se procedimento padrão nas usa ações bélicas.

A degola é cena das mais horríveis. A vítima fica fora de si momentos antes de perder a vida, alguns gritam, outros desmaiam, outros entram em euforia raivosa desferindo palavrões do pior calão amaldiçoando o degolador, outros caem em desespero indescritível em palavras, alguns pedem para morrer rápido, tem alguns que confessam seus pecados a viva voz para que todos ouçam na esperança que seja perdoado…tem de tudo.

O degolador, geralmente, é pessoa fria, impiedosa, vingativa e desprovida de qualquer sentimento humano de nobreza. É um matador assassino em potencial mesmo!

ADÃO DECAPITANDO UM SOLDADO INIMIGO

Adão era um desses. A vítima ajoelhada, era segurada pelos cabelos com a cabeça para trás, a faca afiada deslizava com força no pescoço cortando-o de orelha a orelha. Imediatamente, o sangue esguichava para fora do pescoço e da cabeça que ficava pendurada somente pela pele de trás do pescoço, algumas desprendiam-se completamente do corpo rolando no chão enquanto o corpo se debatia e se contorcia ainda por alguns instantes ou por minutos até que os impulsos de vida cessassem de vez.

CENAS DE DEGOLAS.

Naquela noite de lua cheia, os maragatos entraram no cercado de pedras, onde estavam presos os 300 (ou 400) republicanos, e Adão começou o massacre decapitando um por um sob aplausos dos maragatos que se deliciavam com as cenas horrendas e tétricas. Cada cabeça que rolava no chão despertava gritos eufóricos dos revolucionários que faziam tremenda baderna comemorando a morte do infeliz. Um morto a mais, um problema a menos! Uma alegria simplesmente diabólica!

E Adão não se cansava de usar seu afiado facão, com grande prazer, nos pescoços dos infelizes soldados republicanos.

Pode-se imaginar, o terror do soldado que seria degolado logo em seguida ao ver seu companheiro morrer esvaído em sangue em momentos antes!

O último a ser degolado foi o tocador de clarim do exército republicano. Quando Adão passou o afiado fio do facão no seu pescoço que ficou dependurado no corpo, o soldado arranjou as últimas forças para correr em direção ao lago – ninguém sabe porque ele assim procedeu – e afundou com o seu clarim nas águas escuras do lago e sumiu com num passe de mágica.

O CORNETEIRO CORREU PARA O LAGO E JUNTO COM SEU CLARIM AFUNDOU NAS ÁGUAS ESCURAS

Os outros degolados foram jogados para dentro do lago.

Imagine o leitor, hoje um episódio tenebroso destes transmitido para o mundo pela televisão, como chocaria o Brasil e a Humanidade e deporia contra os foros do Brasil como nação civilizada?

DECAPITADO. (Só olhe se tiver coragem)

Não pense que só os maragatos eram carniceiros…os republicanos também o eram em igual intensidade. Numa guerra tudo vira um “toma lá dá cá”.

A revolução federalista foi assim do começo ao fim e, se você acha que estamos exagerando, saiba que o transcorrer das selvagerias foi muito pior do que nossos relatos.

Até aqui, a história é essa, mas daqui em diante a história é outra.

Em toda a região do Rio Negro, hoje Hulha Negra, corre a história do soldado do clarim que por último foi degolado e que antes da degola assoprou seu clarim com o toque do “cessar fogo”.

As pessoas do lugar asseguram que, nas noites de lua cheia, o clarinista sai lentamente do lago com seu clarim a tocar a melodia do cessar fogo e que, também, outros degolados que foram jogados no lago saem com facas nas mãos à procura de vingança.

Muitas pessoas desavisadas que passam pelas redondezas do lago, escutam o som das facas cortando os pescoços dos condenados, ouvem gritos aterrorizantes, lamentos e choros de pessoas morrendo e gritos pedindo socorro. Mesmo quem passa longe ouve berros de gente morrendo.

FANTASMAS DO LAGO

Nas noites de lua cheia os fantasmas saem da lagoa tocando música e buscando vingança

É fato que os moradores dos arredores do lago evitam passar perto dele nas noites de lua cheia, sejam os relatos verídicos ou não, ninguém arrisca!

Ninguém ainda conseguiu explicar a origem dos sons vindos da lagoa.

O lago ganhou o apelido de “Lagoa Maldita” e, mais comumente, de “Lagoa da Música”.

O que até aqui descrevemos é um resumo dos acontecimentos, visto que nestes sete dias de confronto na região do Rio Negro, as casas de civis foram invadidas, roubadas, pessoas degoladas, mulheres estupradas, crianças inocentes mortas pela ferocidade insana dos revoltosos, muita gente fugiu para o mato, outros tantos feridos fugiram da área do conflito e foram exalar o último suspiro no meio do mato, outros foram pegos no mato e degolados ali mesmo. São tantos os fatos de barbáries cometidas naqueles sete dias que seria necessário o uso de uma extensa lista descritiva.

A lenda é enredadora da verdade e lamentavelmente ela vem tendo mais força do que a História.

Bem…vai saber!

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!

Acompanhe nossos artigos on line, logo concluiremos “INVENTORES QUE MUDARAM O MUNDO”, “REGISTROS DE VIAGENS” e outros.

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