Levantamento do MPSC aponta baixa cobertura vacinal contra poliomielite em Santa Catarina

A cobertura vacinal contra a poliomielite em Santa Catarina está abaixo de 50%. Na última campanha, apenas 43,43% das crianças de um a quatro anos foram imunizadas, bem abaixo dos 95% recomendados. Diante deste cenário, o MPSC, por meio do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública, está auxiliando as Promotorias de Justiça na apuração de possíveis falhas dos municípios.

A poliomielite é uma doença viral altamente contagiosa que pode causar paralisia infantil. Erradicada no Brasil há 30 anos graças à vacinação em massa, a doença pode voltar devido ao baixo índice de imunização. Um levantamento do MPSC e da DIVE (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) mostrou a preocupante baixa cobertura vacinal no estado, o que levou à investigação sobre a ineficiência na divulgação e conscientização sobre a importância da vacina.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública, Promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, destacou que foram aplicadas 15.264 VIPs e 168.633 VOPs, (vacinas orais contra a poliomielite) com a cobertura vacinal da VOP atingindo apenas 43,43% das crianças.

Martins sugere que as Promotorias de Justiça analisem os dados e trabalhem com as Secretarias Municipais de Saúde para melhorar a adesão à campanha, utilizando médicos e profissionais de saúde respeitados para convencer os pais sobre a importância da imunização.

Apesar da baixa adesão nas grandes cidades, como Joinville (20%), Florianópolis (17%) e Blumenau (24%), pequenos municípios como Santiago do Sul (126%) e Barra Bonita (107%) superaram as expectativas, mostrando que a conscientização pode ser mais eficaz em comunidades menores.

Tabela 1. Doses aplicadas (DA) e cobertura vacinal (CV). Campanha de vacinação contra a Poliomielite, por Gerência Regional de Saúde e município. Santa Catarina, 2024

São Bento Do Sul  68,87 %

Campo Alegre       62,8 %

Rio Negrinho        46,34 %