Mercado de trabalho reproduz desigualdade racial, aponta Dieese
Nacional
Por Gilmar dos Passos 8 min de leitura
O relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) destaca uma realidade preocupante no mercado de trabalho brasileiro em relação à desigualdade racial. Alguns dos pontos importantes destacados no relatório incluem:
- Taxa de Desocupação: A taxa de desocupação entre a população negra é sistematicamente maior do que entre os não negros, evidenciando desigualdades na inserção e manutenção no mercado de trabalho.
- Mulheres Negras: As mulheres negras enfrentam desafios ainda maiores, com uma taxa de desocupação mais elevada, indicando que a interseccionalidade de gênero e raça contribui para barreiras adicionais.
- Condições de Trabalho: Quando empregados, os negros tendem a ocupar posições mais precárias, com menos oportunidades de ascensão profissional. A presença em cargos de direção ou gerência é significativamente menor entre os negros.
- Informalidade: A informalidade é mais prevalente entre os negros, indicando maior vulnerabilidade no emprego. Isso se reflete em trabalhos sem carteira assinada, por conta própria e em empregos familiares não remunerados.
- Empregadas Domésticas: Mulheres negras representam uma parcela significativa de trabalhadoras domésticas, uma ocupação precarizada com salários muitas vezes abaixo do mínimo.
- Diferença Salarial: Mesmo quando comparados em posições ocupacionais semelhantes, os negros recebem menos do que os não negros, indicando discriminação no tratamento salarial.
- Desigualdade Sistêmica: A desigualdade vai além da renda e da ocupação, afetando o acesso a oportunidades e a progressão na carreira. O relatório aponta para a necessidade de políticas públicas direcionadas para abordar essas disparidades.
- Sensibilização e Mudança: O Dieese destaca a importância de um amplo trabalho de sensibilização para informar e moldar políticas públicas destinadas a combater as desigualdades no mercado de trabalho.
O relatório aponta para a urgência de abordar essas desigualdades sistêmicas e destaca a necessidade de um compromisso determinado e ágil para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.
Publicado em 21/11/2023 – 14:33 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil – São Paulo