MÚSICA – MARAVILHA DAS MARAVILHAS (2)

A MÚSICA NÃO É LINGUAGEM UNIVERSAL.

Antes de abordarmos o tema acima proposto, queremos tecer um parecer inicial sobre a música.

A tradição musical de cada lugar é um tesouro inestimável que apresenta aquele lugar com determinadas características particulares, fazendo-se sobressair entre as demais artes sobretudo porque constitui parte integrante da história de vida da sua gente, dos costumes e de tudo o que se refere àquele referido lugar.

Exemplo: a música gaúcha retrata com grande ênfase a vida e os costumes dos pampas onde vivem os gaúchos. Seus relacionamentos, o que pensam, o que comem, como interpretam valores morais, etc.

A música promove a unidade de todos os que participam e partilham tudo o que vivem naquela terra.

A música alegre, ativa, plena, consciente e frutuosa coloca em sintonia o sacramento da vida com os mais íntimos mistérios da alma.

Quando falamos em música, estamos em última análise nos referindo ao som, que é a matéria-prima da música.

É com o som que construímos músicas para exprimir nossos sentimentos de alegria, tristeza, amor, protesto ou simplesmente nossos costumes e tradições.

O desenvolvimento da humanidade está baseado em grande parte neste importante elemento da natureza que é o som.

O som de uma garrafa quebrando, de um galho sendo partido é igual na Itália, no Japão e na Rússia desde que os elementos sejam constituídos da mesma matéria, como o vidro quebrado seja o mesmo no Brasil e na Itália. Neste caso podemos afirmar que o som é universal.

O CANTO DE UM PÁSSARO, SEM DÚVIDA, É A VOZ DE DEUS.

Porém, a partir do momento em que o som começa a ser manipulado pelas mãos do homem é que passa a ter em seu resultado final um caráter particular ou regional, como ocorre com a voz humana. O som é universal, mas o produto final de sua manipulação, o idioma, por exemplo, é regional com a codificação própria da linguagem da cada país.

É através do som que a raça humana exibe manifestações culturais que representam costumes, tradições, aspirações, etc, e que variam de região para região e de país para país.

A música é uma manifestação cultural criada por pessoas de uma comunidade que modelam e arranjam os sons conforme suas vivências regionais ou nacionais, por isso a música adquire um caráter regional ou nacional, mas não universal.

A música não é interpretada por qualquer pessoa em diferentes lugares do planeta, o qual seria o princípio básico para que ela fosse universal.

Até os códigos sonoros que utilizam o som da voz, diferem de país para país e até mesmo de região para região.

Assim, uma música nordestina não representa quase nada para um japonês no Japão. Uma música que retrata tão bem um costume gaúcho, não tem o menor significado em Londres na Inglaterra.

Para que a música fosse universal um canto chinês teria que produzir os mesmos sentimentos e emoções em um alemão.

Às vezes, uma música no sul de uma pequena região tem efeitos diferentes nos moradores do norte da mesma região.

A música em si, é uma forma de expressão semelhante ao idioma, porém depende das associações de cada pessoa ou povo com aqueles sons.

Isso tudo mostra que a música não representa os mesmos sentimento e expressões entre pessoas de vivências diferentes porque sua interpretação é diferente nos códigos sonoros da linguagem.

A música instrumental é menos específica não tendo o código da linguagem e esse é um dos aspectos que a aproxima da universalidade, porém nem mesmo ela é universal porque sempre tem caráter e intepretação regional, mas com o progresso das telecomunicações e o constante intercâmbio entre os povos do mundo provocando fusões de hábitos, culturas e tradições, novas formas com características globais poderão ser criadas até chegar verdadeiramente na música universal, mentalmente interpretada da mesma maneira por pessoas do mundo inteiro.

Quem sabe!

Um abraço de Celso e outro de Mariana!

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