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Não é só gotinha: entenda como funciona a vacinação contra a pólio

Saúde

Por Gilmar dos Passos 7 min de leitura

Zé Gotinha surgiu no final dos anos 80 como símbolo da vacinação no Brasil, desempenhando um papel crucial na erradicação da poliomielite nas Américas. Naquele tempo, a doença, causada pelo poliovírus selvagem, era prevenida apenas com duas gotas de vacina oral administradas nas crianças. Atualmente, o esquema de vacinação é mais abrangente, incluindo doses injetáveis para combater a paralisia infantil.

Segundo o Ministério da Saúde, as três primeiras doses da vacina contra a pólio são injetáveis e devem ser aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Posteriormente, duas doses de reforço, administradas oralmente, são dadas aos 15 meses e aos 4 anos. A orientação do Ministério da Saúde é que todas as crianças menores de 5 anos participem anualmente da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite para verificação e atualização das doses, se necessário. Mesmo as crianças com a vacinação em dia devem receber as doses de reforço.

A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite de 2023 começou em 27 de maio e terminou em 14 de junho, com a possibilidade de prorrogação em caso de baixa adesão. A meta é imunizar pelo menos 95% do público-alvo, cerca de 13 milhões de crianças menores de 5 anos, conforme a recomendação da OMS.

A partir de 2024, o Brasil substituirá gradativamente a vacina oral contra a pólio pela dose injetável inativada. Esta mudança foi aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) com base em novas evidências científicas e visa aumentar a eficácia do esquema vacinal. A dose injetável será utilizada também como dose de reforço aos 15 meses, enquanto a segunda dose de reforço aos 4 anos será eliminada.

Apesar dessa transição, o Ministério da Saúde ressalta que Zé Gotinha continuará a desempenhar seu papel na sensibilização sobre a importância da vacinação, participando das campanhas e ações de imunização. Desde 1989, o Brasil não registra casos de pólio, mas a cobertura vacinal tem diminuído nos últimos anos, atingindo apenas 77,19% em 2022, abaixo da meta de 95%.