Nota de Repúdio ao descabido ataque ao Jornalismo Impresso
Rio Negrinho
Por Gilmar dos Passos 9 min de leitura
Em recente sessão da Câmara de Vereadores de Rio Negrinho foi colocado em votação um requerimento solicitando informações sobre a publicação de editais que são obrigatórios por parte da administração pública. No debate sobre o tema, o presidente da Casa Legislativa municipal, vereador Rodrigo dos Santos, declarou que os jornais impressos estão com os dias contados e que não vê nenhuma necessidade nesse tipo de veículo de comunicação. A associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina, que reúne 106 empresas jornalísticas associadas, das quais 89 atuam no meio impresso e digital, vem a público repudiar veementemente a deslegitimação de um importante segmento econômico e social representado pelo Jornalismo Impresso. Por certo o nobre vereador desconhece que o papel usado nesse meio é fruto de uma gigantesca e próspera indústria de reflorestamento sem falar de outros tantos elos que se somam à cadeia de produção de um jornal impresso, gerando renda, empregos e impostos. Certamente o nobre vereador não desconhece o papel fundamental e inigualável do jornal local e regional na manutenção dos costumes, das tradições e da essência cultural de um município, de um Estado, de um país. Ao projetar o fim do jornal impresso, o nobre vereador desconsiderou as centenas de milhares de pessoas que ainda se informam – e apreciam fazê-lo – pela leitura de jornais impressos. Somente os jornais filiados à Adjori/SC respondem, juntos, por uma tiragem semanal de 290 mil exemplares, atendendo a 1,8 milhão de leitores por semana, em todos os quadrantes do Estado. Atentos às demandas da atualidade, nossos jornais também atuam nos meios digitais, mas é o produto impresso que lhes confere identidade, referência, procedência segura das informações que veiculam. O cinema não morreu quando surgiu a televisão, nem quando vieram as locadoras e as plataformas de streaming. O jornal impresso é e continuará sendo o registro imutável – pois não se permite alterações ocasionais pós impressão – de fatos, feitos, mandos e desmandos de gestões públicas, iniciativas, contrações e destino de recursos provenientes dos impostos dos cidadãos. Se o clamor da sociedade por mais transparência é crescente e irreversível, que isso se traduza em respeito aos meios que podem trazer luz à Administração Pública em qualquer das suas esferas de Poder.
José Roberto Deschamps,
Presidente da Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina