Ocupação israelense: tribunal internacional analisa acusações de genocídio e apartheid na Palestina
Após discurso polêmico de Lula, pressão internacional aumenta enquanto Tribunal Penal da ONU investiga alegações palestinas.
Por Cauan 5 min de leitura
Tribunal Penal Internacional analisa ocupação israelense enquanto Palestina acusa país de genocídio e apartheid
Riyad al Maliki, ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, representou os palestinos perante o Tribunal Penal Internacional, denunciando o que descreveu como “colonialismo e apartheid” perpetrados pela ocupação israelense.
Além disso, o ministro alegou que o governo de Israel impôs aos palestinos a escolha entre “migração forçada, subjugação ou morte”, resultando em “limpeza étnica, apartheid e genocídio”.
As audiências que iniciaram em Haia não estão diretamente ligadas ao recente massacre na Faixa de Gaza, iniciado em 7 de outubro do ano anterior. Elas seguem a solicitação da Assembleia Geral da ONU para uma “opinião consultiva” da CIJ sobre as “consequências jurídicas das políticas e práticas de Israel nos Territórios Palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental”.
Prevê-se a participação de até 52 países, incluindo os Estados Unidos, Rússia e China. Israel, que optou por não participar das audiências, argumentou que a CIJ não possui “legitimidade” para o caso e acusou as audiências de visarem “atacar o direito de Israel de se defender”.
Embora a decisão da Corte não seja vinculativa e não esteja diretamente relacionada à denúncia de genocídio apresentada pela África do Sul, uma sentença desfavorável a Israel poderá aumentar a pressão internacional sobre o país para que cesse os ataques à Faixa de Gaza. Estima-se que esses ataques já tenham resultando na morte de 29 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças.