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REGISTROS DE VIAGENS (1)

REGISTROS DE VIAGENS (1) UM ROTEIRO MUITO LOUCO Encarando a Patagônia.                 1. Dois “Pinguinzões” no Polo Sul. (Texto de Mariana)  Sobre esta foto daremos detalhes em outras edições. Há alguns anos fizemos uma de nossas tantas loucuras. Eu estava doida para viajar para algum lugar bem distante daqui e propus para o Celso uma viagem […]

Por Celso e Mariana 23 min de leitura

REGISTROS DE VIAGENS (1)

UM ROTEIRO MUITO LOUCO

Encarando a Patagônia.                

1. Dois “Pinguinzões” no Polo Sul.

(Texto de Mariana)

 Sobre esta foto daremos detalhes em outras edições.

Há alguns anos fizemos uma de nossas tantas loucuras. Eu estava doida para viajar para algum lugar bem distante daqui e propus para o Celso uma viagem para o Pólo Sul. Mas, meio arrependida e pensando no “friozinho” que lá faz, de até 30 graus abaixo de zero, mesmo no verão e de -80°C no inverno, esperei por um NÃO! E não vai que o danado topou na hora? Pelas barbas do profeta! Agora eu tinha que sustentar o convite!

 Assim, arrumamos as malas e armamos a capa para aquelas bandas com uma Eco Sport.

Nós dois sozinhos andando de carro em um mundo desconhecido num deserto que não tinha fim!

 Confesso que o friozinho na barriga me acompanhou em diversas oportunidades durante a viagem, mesmo no deserto da Patagônia com 50°C no lombo. Imagine, sob um calor de 50°C, durante seis dias, no mês de Janeiro, viajando de manhã à noite pelo deserto da Patagônia e imaginando que, se o carro pifasse lá no meio do nada, por certo passaríamos por maus bocados. Mas já que nos metemos a aventureiros tresloucados, tipo tartaruga atravessando a BR 101, o jeito era encarar o negócio de frente e seguir em frente, e sempre em frente.

Atalho em estrada de terra na Patagônia.

 Por esta estrada economizamos uns 100 quilômetros, mas nos arrependemos de tê-lo feito porque rodar no asfalto é mais seguro, mais confortável, mais rápido e, com certeza, se vence maior distância.

 Aqueles 100 quilômetros pelo atalho nos custaram mais horas rodadas do que se tivéssemos ido pelo asfalto.

 É! Às vezes, aparar as orelhas, dar umas cabeçadas e apanhar da própria burrice são remédios prá ver se a gente aprende a não colocar a carroça na frente dos bois, até porque, numa encruzilhada, pegamos o rumo errado e isto nos custou mais um dia de viagem até acertar a estrada que levava ao fim do mundo.

Nos caminhos intermináveis da Patagônia, tínhamos a nítida impressão que aquelas retas asfálticas no meio do deserto abrasador e no meio do nada não tinham fim. E, olha que o veículo voava sobre a pista a 180 km/h. Veja a fotografia.

  Velocímetro indicando mais de 180km/h.

 Foi assim que andamos, em maior parte do tempo, nas estradas da Patagônia Argentina. Já na Patagônia Chilena não é possível andar tão rápido porque vários fatores o impedem, por exemplo, o constante patrulhamento da polícia carretera e as estradas não são tão boas como as da Argentina.

Foi um argentino acostumado a viajar por aquelas paragens que nos aconselhou: “Ou vocês pisam fundo no acelerador ou não chegam nunca porque é muito longe onde vocês querem ir!”.

 Desejo ressaltar que em pouco tempo nos acostumamos com a alta velocidade. Teve um momento que o velocímetro marcava 205 km/h. Com certeza, isso é voar baixo! Mas a média era de 150 a 180 km/h e, depois, quando eventualmente, baixávamos a velocidade para 120km/h, não tinha graça, parecia que o carro estava parado!

 No Brasil, nem pensar em fazer uma coisa dessas, por vários motivos, vamos citar alguns:

  1. Não há estradas boas e com retas suficientes para sustentar tamanha velocidade;
  2.  B- Os asfaltos brasileiros são perigosos e cheios de buracos;
  3.  C- O motorista que for pego dirigindo numa velocidade dessas, certamente terá seu direito de dirigir suspenso, será multado e perderá temporariamente a carteira de habilitação;
  4.  D- Os radares estão espalhados por toda parte
  5.  E- Quando chegar em casa, de volta da viagem, um caminhão de multas que valem mais que o carro estará esperando na caixa de correspondência.

Na Argentina pode-se imprimir altas velocidade porque:

  1. As estradas são um espelho;
  2. B- Não há guardas nas estradas (qual é o guarda que vai querer ficar lá no meio do deserto, sob um calor dos infernos só para multar motoristas que dirigem em altas velocidades?
  3.  C- As retas, entre 50 e 600 quilômetros de extensão, são um convite à velocidade;
  4.  D- A gasolina é bem melhor e mais barata que a brasileira – o carro rende mais-, mas tem que escolher com cuidado uma nafta (gasolina) de boa qualidade porque lá também tem gasolina ruim e a brasileira que é vendida na Argentina é uma delas.

UMA PARADA OBRIGATÓRIA.

A fotografia registra um momento de um grande susto. Aqui pegamos um desvio para entrar em outra carretera (estrada). A 150km/h, não percebemos que a estrada fazia uma curva de 90° à esquerda para acessar à outra via. O que Celso fez foi jogar o veículo para a direita e paramos entre um monte de pedras e um poste de sinalização. Foi muita sorte! Já em seguida uns três ou quatro carros de argentinos pararam mais assustados que nós. Aí Celso falou para eles em tom de brincadeira: ”¡Ustedes estan a mirar a dos brasileños muy locos!” (Vocês estão vendo dois brasileiros muito loucos!)

GUANACO OU VICUNHA.

Este animal – vicunha dos Andes, é o mesmo guanaco argentino que vive nos desertos da Patagônia.

Naquele deserto, à beira da estrada, víamos animais mortos pelo calor – bois, vacas, guanacos (uma espécie de vicunha andina adaptada aos desertos argentinos e chilenos) e até aves.

GADO MORTO PELO CALOR. (QUE CENA TRISTE)

Víamos rios secos, rachaduras na terra. Teve um dia que a temperatura do lado de fora do carro chegou a 54°C, a ponto de nossos olhos ficarem avermelhados como se as veias tivessem estouradas. Nós parecíamos dois lobisomens.

E o medo de que o carro parasse no meio daquele calor dos infernos e no meio de um deserto daquele tamanho?

Putz grila! Não vai que nossos medos foram atendidos? E, agora, tio Rufino, o que fazer? Na próxima edição de REGISTROS DE VIAGENS, contaremos este episódio.

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!


Este jogo consiste em abranger os 16 postes dentro do quadrado preto com apenas 6 linhas retas traçadas com o elástico branco entre as bolinhas.

Este jogo consiste em fazer uma bolinha pular por cima de outra até ficar somente uma no tablado. As bolinhas só pode se movimentar pelas linha brancas.