Reunião de cúpula do G20 decidirá sobre taxação de super-ricos
Economia
Por Gilmar dos Passos 4 min de leitura
A reunião de cúpula do G20, na próxima semana, será decisiva para a proposta do Brasil de taxar os super-ricos como meio de combater a desigualdade e enfrentar as mudanças climáticas. A iniciativa foi apresentada pelo Brasil em fevereiro, defendendo um imposto mínimo de 2% sobre a renda dos bilionários, com potencial de arrecadar entre US$ 200 bilhões e US$ 250 bilhões por ano, segundo o economista Gabriel Zucman. Apenas 3 mil indivíduos seriam afetados globalmente, com cerca de 100 na América Latina.
No Brasil, a medida poderia arrecadar R$ 41,9 bilhões por ano, segundo estudo da USP, ajudando a triplicar o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia e multiplicar por dez o orçamento do Ministério do Meio Ambiente. A proposta, porém, enfrenta resistência de países desenvolvidos como Estados Unidos e Alemanha, apesar do apoio de nações como França, Espanha e África do Sul.
Desde fevereiro, o Brasil tem trabalhado para ampliar a adesão à proposta, buscando um acordo até a reunião de novembro. O ministro Fernando Haddad destacou que a ideia foi inserida na agenda global e que a taxação dos super-ricos ajudaria a financiar a aliança contra a fome.