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REVOLUÇÃO FEDERALISTA 30

GUERRA NA CIDADE DE LAPA O que você faria se uma tropa de 900 soldados republicanos se instalasse com metralhadoras e canhões na frente sua casa, também na esquina, ali pertinho, na praça e por quase toda a cidade esperando um poderoso inimigo que chegaria em breve? Dali a pouco, os rumores que três mil […]

Por Jornal Liberdade 8 min de leitura

GUERRA NA CIDADE DE LAPA

O que você faria se uma tropa de 900 soldados republicanos se instalasse com metralhadoras e canhões na frente sua casa, também na esquina, ali pertinho, na praça e por quase toda a cidade esperando um poderoso inimigo que chegaria em breve? Dali a pouco, os rumores que três mil soldados maragatos sitiariam a cidade em posições estratégicas e prontos para atacar? Este foi o terror inicial que os moradores pacíficos da pequena Lapa enfrentaram. 

LAPA – CAMPO DE BATALHA.

O que você faria se em poucos minutos o ribombar dos canhões de ambos os lados sacudissem a cidade inteira. Fugir? Mas, para onde? Estava tudo cercado pelos federalistas (maragatos) que atacavam os republicanos. Assim começou uma violenta e sangrenta guerra que se estenderia por 26 dias de puro inferno na vida dos cidadãos escondidos dentro das suas casas.  Os gritos de desespero das pessoas atingidas, talvez seus parentes, que tentavam atravessar a rua para se refugiarem num lugar mais seguro e os berros dos comandantes militares dando ordens aos soldados entre fogo cerrado que despedaçava pessoas e casas, a visão, por entre as frestas das janelas, do monte de gente e soldados agonizando por todos os cantos, o medo que sua casa fosse atingida a qualquer momento por metralhadores e canhões e os estrondo que faziam tremer tudo, por certo, roubariam a sua paz por completo. Como você se imagina dentro do furor de uma batalha infernal ao seu redor? As crianças, dentro de casa, gritavam de pavor sem saber direito o que estava acontecendo. Só restava rezar pela vida pois naqueles momentos o que mais importava era a conservação da vida!

DR. WOLFF.

Não há como entender com profundidade esta situação a não ser estando no meio dela. E foi o que vivenciou o médico de São Bento, Dr. Felipe Maria Wolff que, no meio do fogo devastador e mortal das armas, corria prá lá e prá cá socorrendo soldados e pessoas, com fome, sede e sono enfrentando a morte a cada minuto. Na próxima edição veremos o que Wolff escreveu no seu diário sobre o período em que esteve, como médico, auxiliando as forças legalistas na Lapa, durante a Revolução Federalista.

Um abraço de Celso e de Mariana!