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REVOLUÇÃO FEDERALISTA 35

Cerco da Lapa – MORTE DO GENERAL CARNEIRO

Por Jornal Liberdade 8 min de leitura

Foram vinte e seis dias de resistência, com um efetivo militar de 639 praças e patriotas (civis voluntários) contra três mil homens comandados por Gumercindo Saraiva. A capitulação ocorreu após a morte de Carneiro e pela falta de comida e de munição. Essa resistência atrasou o avanço dos federalistas e permitiu que as tropas legalistas se organizassem e posteriormente derrotassem os revoltosos.

O então Coronel Gomes Carneiro que foi ferido ao socorrer um amigo, morrendo dois dias depois, em 9 de fevereiro de 1894, ainda dando ordens. Um dia antes, sem o saber, fora promovido a General de Brigada, por bravura. 

Mesmo ferido de morte, assim se expressava Carneiro:

“Qualquer que seja, porém, a gravidade do ferimento, o Dr. dirá a todos que é leve e que muito breve estarei ao lado dos meus companheiros”. “A resistência continuará brilhante, tenho confiança em meus companheiros de armas. O Coronel Lacerda é um herói e não abandonará os combatentes“. 

 Cessando o tiroteio, o mais violento de todo o cerco, Serra Marins veio ver Carneiro para receber suas ordens. “A ordem é uma só: Resistência, resistência a todo transe”. Preocupado com o estado dos feridos e com a defesa das trincheiras, recomendava que fossem raras e rápidas as visitas, para não abandonarem seus postos. “Não tardará que chegue o reforço enviado por Floriano”, essa era a sua última esperança. Um valente e dedicado oficial pediu para falar-lhe e, precipitando-se diante do leito, ajoelhou-se, e beijando a mão do ferido, exclamou entre soluços: — “Meu comandante está ferido!”… Carneiro afagou-o, de leve, e disse-lhe: “Vá para o seu posto e continuem a resistir”. 9 de Fevereiro de 1894, 16 horas CARNEIRO não cessava de agradecer o carinhoso tratamento por parte dos hospedeiros. O médico que o acompanhava minuto a minuto assim descreveu os últimos instantes de vida de Carneiro: -“A gravidade do caso era evidente. A fraqueza ia vencendo aquele organismo de aço. Ao voltar-se no leito, teve uma síncope e recuperando os sentidos disse à minha senhora que se aproximava, trazendo uma xícara de chá:“Seu marido me livrou desta; agora não morro”… Decorridos alguns minutos, pousou sua mão sobre a minha e, tranqüilamente, exalou o último suspiro.”

Assim morreu Carneiro, acompanhado pelo seu médico.

Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!