SÃO BENTO CONTURBADO E GLORIOSO X
A MORTE DE MALSCHITZKY Até hoje, a morte de Albert Malschitzky ainda não foi devidamente explorada pela historiografia local. Consultas em edições antigas do jornal Legalidade, afloram notícias referentes aos acontecimentos daquela época. Um clima de medo dominava a cidade, a julgar pelas expressões do jornal. Descoberto o principal suspeito, a indignação dava o tom […]
Por Celso e Mariana 9 min de leitura
A MORTE DE MALSCHITZKY
Até hoje, a morte de Albert Malschitzky ainda não foi devidamente explorada pela historiografia local. Consultas em edições antigas do jornal Legalidade, afloram notícias referentes aos acontecimentos daquela época. Um clima de medo dominava a cidade, a julgar pelas expressões do jornal. Descoberto o principal suspeito, a indignação dava o tom do periódico. As acusações recaíam sobre gente graúda da região – o prefeito de Campo Alegre, Francisco Bueno Franco, era acusado de ser o braço-direito do Capitão Joaquim da Silva Dias. Henrique Luiz Fendrich em seus artigos diz: “Encontrei até mesmo uma acusação contra meu tetravô Generoso Fragoso de Oliveira – segundo uma testemunha, Joaquim e seus homens se reuniam na casa de Generoso, em Fragosos. Os depoimentos das testemunhas, citados pelo jornal, também são bastante ricos em detalhes.
- ESTRADA DONA FRANCISCA
Comecei há algum tempo a escrever sobre esse assassinato, utilizando, para isso, técnicas do jornalismo literário. Esse é o primeiro capítulo da história:
Entre sete e oito horas daquele sábado, dia 21 de agosto de 1897, o cachorro de Georg Dums, imigrante de Hammern e morador da Estrada Dona Francisca, foi atingido por uma pedrada. Ninguém soube dizer quem havia sido o autor. A agressão deixou o animal muito machucado. “Não conseguiu andar por uma semana”, lamentou Dums. Era um cão “bravio e valente”, segundo o vizinho Carlos Körner. Quando algum estranho se aproximava da vizinhança, era sempre o primeiro a latir – latia antes que os cachorros de Alberto Malschitzky, também morador da Estrada Dona Francisca. E foram essas circunstâncias que chamaram a atenção de Dums e Körner no momento em que tiveram de depor.
2. O ASSASSINATO
Georg Dums já havia se recolhido aos seus aposentos na noite da quarta-feira seguinte, dia 25 de agosto. Era por volta de oito e meia da noite quando, subitamente, ouviu um barulho que parecia ser de dois tiros. Intrigado, debateu com a esposa sobre o que poderia ter sido aquilo. Decidiu então se levantar e verificar pessoalmente. Mal abriu a porta de casa, voltada para a rua, e encontrou o mesmo Körner, seu vizinho. Estava exaltado, e falou com rapidez:
– O Malschitzky… recebeu dois tiros e está quase morto!”.
Assim, o povo de São Bento, que constantemente sofria medos e insegurança, ficou ainda mais aflito e temeroso nas mãos de assassinos poderosos. (Continua).
Obrigado! Abraços de Celso e de Mariana!