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SÃO BENTO CONTURBADO II

“Fuçando” na história de São Bento, encontramos um artigo publicado em 17.04.1885 pelo veículo de comunicação “Regeneração”

Por Celso e Mariana 10 min de leitura

Desde os primeiros tempos, quando a política de São Bento começou a organizar-se, várias pessoas da mais alta grade se reuniram e formaram grupos que viriam reger, digamos, o funcionamento da vida dos são-bentenses. Porém, nunca houve paz absoluta e vários desentendimentos pessoais, políticos, ideológicos e grandes discórdias resultaram em inimizades profundas e furor que causaram atos de violência extremos. 

“Fuçando” na história de São Bento, encontramos um artigo publicado em 17.04.1885 pelo veículo de comunicação “Regeneração”, publicação liberal de Santa Catarina, no dia 17.04.1885 que o replicou de uma nota da Biblioteca Nacional (veja-o na íntegra com a grafia daqueles tempos):

VILLA DE SÃO BENTO

“No dia 21 de Fevereiro último, na casa de residência do illustre Dr. Wolff, reunidos cerca 25 pessoas das mais gradas d’aquella localidade, resolveu-se fundar uma associação com o honroso fim de pugnar pelos intereses mais palpitantes, prosperidade e engrandecimento da mesma villa. 

Approvadas as bases que tem de reger a sociedade, seguiu-se á eleição da directoria que ficou assim constituída: Presidente: Dr. Fellipe Maria Wolff. – Vice Presidente – Antonio Sinke. – Secretario – Argemiro Loyola. – Vogaes João Filgueiras de Camargo, Francisco G. Kamiensky, Agostinho Ribeiro da Silva, Francisco Neumann, Luiz Dietrich, Adolfho Thomsen, Annibal Cesar da Rocha, Carlos Gery Kamiensky.

Congratulando-nos com a população de São Bento por tão honroso commettimento, temos a satisfação de registrar em nosso jornal, tão grandiosa ideia de progresso e civilização convencidos de que o seu desenvolvimento moral e material será promovido em uma esfera mais ampla, tendo como garante o patriotismo, inteligência e dedicação de seus dignos habitantes.”

Notas: a) Algumas palavras do texto acima, hoje são consideradas graficamente erradas;

             b) Há que se observar que para esta reunião foi convidada somente parte da “elite” de São Bento e só daqueles indivíduos pertencentes à “panela”.

             c) A história mostra mais adiante que aquela turma que “regeu a sociedade” não tinha como prioridade o “fim honroso de pugnar pelos interesses mais palpitantes da vila de São Bento”, visto que logo começaram as encrencas entre eles culminando com brigas alarmantes, cada um puxando a brasa para a sua panela. É aquela lei egoísta da auto-promoção que ainda hoje permanece povoando a mente de muitos políticos.

             d) Para esse “honroso cometimento” a população sequer foi consultada.

As encrencas que virão a seguir relataremos na próxima edição.

Obrigado! Abraços de Celso e de Mariana!