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SÃO BENTO TURBULENTO E GLORIOSO VI

JOÃO FILGUEIRAS DE CAMARGO. Esse homem foi de tudo um pouco em São Bento, “de tudo um pouco” porque ele estava presente na política, no trabalho, na sociedade, nas entidades culturais, nos projetos de lazer e por aí vai. Afastada da política a vida era boa. Em 1888, João F. de Camargo sucedeu o Dr. […]

Por Celso e Mariana 9 min de leitura

JOÃO FILGUEIRAS DE CAMARGO.

Esse homem foi de tudo um pouco em São Bento, “de tudo um pouco” porque ele estava presente na política, no trabalho, na sociedade, nas entidades culturais, nos projetos de lazer e por aí vai.

  1. ANIMAIS EM LIBERDADE NA RUA JORGE LACERDA. 

Afastada da política a vida era boa.

Em 1888, João F. de Camargo sucedeu o Dr. Phillipe Maria Wolff na presidência da Câmara Municipal, cargo que equivalia ao de prefeito.

Naquela época não havia policiamento em São Bento que pudesse levar a efeito o cumprimento da lei e as desordens eram grandes. As autoridades não tinham força de lei para prender ninguém porque a Câmara Municipal de São Bento ainda não tinha as suas Posturas aprovadas pela Presidência da Província. 

Então, Filgueiras, como comandante do município, resolveu apelar para o Governo Provincial, alertando-o sobre as desordens que estavam ocorrendo no município. Houve casos de infratores que não puderam ser chamados à responsabilidade de seus atos porque não havia meios legais para tal. São Bento balançava numa rede de intrigas e confusões. 

As Posturas só foram aprovadas em 18.10.1888 pelo Coronel Augusto Fausto de Souza, presidente da Província, e aprovadas pela Assembleia Legislativa Provincial. Aí o “38” mudou de mão. Quanto “cabra” foi em cana beber água com pão seco!

  1.  TRANQUILIDADE LONGE DA TURBULÊNCIA POLÍTICA

Nem tudo era agitado. Havia muita gente que vivia muito bem longe das confusões e politicagens. (Arquivo de Edi Salomon)

Um fato interessante: em 1888 na eleição para vereadores, João Filgueiras foi um dos mesários e essa câmara foi a primeira Câmara de vereadores totalmente republicana do Brasil. Imaginaram-se tão poderosos a ponto de exigir uma nova Constituição Brasileira. João Filgueiras de Camargo lançou um manifesto nos últimos dias de 1888, no qual considerara que a Constituição Política do Império não era suficiente às liberdades e interesses do povo brasileiro, e, assim sendo, deveria ser levado por meio de petição à Assembleia Legislativa a necessidade de uma nova Constituição. A Assembleia, então, deveria dirigir uma petição ao parlamento, para que os novos deputados tivessem poderes para formar uma Assembleia Constituinte, além de fazer uma consulta ao povo sobre a conveniência em continuar com a dinastia após a morte do Imperador. 

É, amigos! A coisa pegou fogo em São Bento! (Continua).

Abraços de Celso e de Mariana!