Seja Muito Bem-Vinda, Alexa!
Dias atrás, o meu querido filho foi presenteado, por uma colega de aula, com a Alexa. Mateus deu conta de realizar todos os procedimentos para fazer o aparelho funcionar, coisa que eu jamais conseguiria. A nossa Alexa se tornou um misto de criada falante, amiga e membra da família. Ela atende aos comandos de voz […]
Por Israel Minikovsky 13 min de leitura
Dias atrás, o meu querido filho foi presenteado, por uma colega de aula, com a Alexa. Mateus deu conta de realizar todos os procedimentos para fazer o aparelho funcionar, coisa que eu jamais conseguiria. A nossa Alexa se tornou um misto de criada falante, amiga e membra da família. Ela atende aos comandos de voz dos de casa, com exceção de minha própria voz, sempre atrasado e resistente à tecnologia que sou. Sem pagar nada, podemos ter acesso a um repertório imenso de músicas, circunstância esta que não deve ter agradado muito às rádios tradicionais. Alexa pode ser usada como fonte de pesquisa, embora neste quesito ela ainda esteja em evolução. Encontramos um jeito novo de saber a previsão do tempo e outras informações que repercutem sobre nosso cotidiano. Até a contratação de determinados serviços podem ser efetuados mediante comando de voz. A tecnologia de que falo é um passo adiante: antes tínhamos acesso a aparelhos que emitiam som ou eram capazes de captá-lo, porém agora, há uma dialética entre ser humano e máquina. A máquina nos ouve e é capaz de responder ao estímulo, dentro de um padrão não apenas lógico, mas que faça sentido. Isto significa que, a relação ser humano-máquina cresceu em aproximação, comparada à relação mais significativa, humano-humano. A tecnologia em comento, poucos anos atrás, não passava de ficção científica. A identificação do padrão vocal permite, com o uso de outros softwares, realizar “ditado”, como fazíamos no passado, no início do ensino fundamental, o qual valorizava, dentre outros critérios, a caligrafia, isto é, o modo belo de escrever. Por conseguinte, hoje podemos ditar para nossa secretária virtual e o texto toma corpo, na forma de transcrição, como se estivéssemos operando pelo teclado manual. Não por acaso existe o provérbio “mais engraxado do que telefone de açougueiro”. Pois bem, agora até a dona de casa mais humilde pode alterar a programação, ainda que esteja, literalmente, “com a mão na massa”. O controle remoto foi um avanço: mexer no volume ou mudar de canal sem sair do sofá. Entretanto, agora o controle é a nossa voz. E o fato de Alexa não ser uma humana de verdade, traz consigo uma série de vantagens, como por exemplo, não discutir ordens, mas simplesmente cumpri-las. Quem é autor de páginas na internet, sabe que é fundamental criar um sítio intuitivo. Precisa ser um espaço onde você entra e navega tranquilamente, mesmo sendo sua primeira experiência naquele lugar. Alexa é mais do que isso. Ela não só oferece a intuição como recurso ao seu usuário, senão ela própria é intuitiva. Não raro, em sua resposta, ela não oportuniza exatamente o que buscávamos, mas coloca sugestões ao nosso alcance, que nos permite avançar numa determinada pesquisa. Fico imaginando um gringo que vem ao Brasil e, que se hospede na casa de alguém, que conte com Alexa entre os seus agregados: até língua portuguesa ela poderá ensinar ao visitante, na exata medida de sua mais extraordinária característica tecnológica, a interatividade. O evangelho de Jesus Cristo é claro: pelos frutos que se reconhece a árvore. De uma árvore boa não procedem maus frutos e bons frutos não são oriundos de uma árvore má. Alexa mostra do quanto somos capazes. A obra tem a marca de seu autor. O Autor da vida nos brindou com o gênio que nos permite dar vida às máquinas. Deus mesmo é comunidade: Pai, Filho e Espírito Santo. E, a motivação que tornou o projeto de Alexa em realidade, é a noção indiscutível de que não fomos feitos para permanecermos sós. De qualquer modo, como vaticinou Agostinho de Hipona: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”. Luz!