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TRÊS MISTÉRIOS.

Chiiii! Vocês nem imaginam o que vem por frente! Estão curiosos, né? Então, leiam para saber!

Por Celso e Mariana 15 min de leitura

TRÊS MISTÉRIOS (Textos de Celso)

RABO DE SAIA

Na minha infância aconteceram muitas coisas que eu não entendia.

Minha mãe. Cristina Tureck Carvalho, era fina costureira e tinha uma sala de alta costura onde costurava roupas sob medidas e ensinava a uma porção de mulheres a arte da fina costura.

Meu pai, Antonio Walfrido Carvalho – o Frido – era sapateiro. A costuraria de minha mãe era na frente da casa e a sapataria de meu pai era nos fundos.

Minha mãe tinha um ciúme federal de meu pai, não sei se porque era bonitão ou porque minha mãe o considerava mulherengo.

Um dia eu estava na sala de costura e ouvi minha mãe dizer para as suas alunas: – “Vejam só aquele rabo de saia que está passando aí em frente de olho prá cá tentando enxergar o Frido!”

Isso era coisa interessante: uma saia com rabo! Corri até a porta e olhei para a rua e vi algumas mulheres vestidas com saias, mas nenhuma das saias tinha rabo.

Por várias vezes, observei as mulheres que tinham saias, mas nunca vi rabo nem nas mulheres nem nas saias!

Mas, se minha mãe falou é porque alguma verdade existia, mas nunca descobri. Tive vontade de perguntar para mamãe onde estava o rabo na saia das mulheres, porém, não tive coragem de fazê-lo.

 O tempo foi passando… depois, já adolescente, numa roda de amigos, também adolescentes, um deles exclamou: – “Minha nossa, olhem que baita rabo de saia rebolando!”

Olhei e não vi rabo nenhum, então, não me contive e perguntei: –

– Onde você está vendo um rabo?

-Ali, passando agora e rebolando!

-Mas eu só estou vendo uma moça andando!

-Pois é, o rabo está embaixo da saia dela rebolando!

Hã…?

Por um momento fiquei confuso. Será que a moça tinha um rabo escondido debaixo da saia? Ou…ah, bom! Então é isso?! O rabo não é um rabo… é o traseiro da mulher ao qual se dá o apelido de rabo!

– Minha, nossa! Quanto tempo levei para descobrir uma coisa tão simples!

SIRIGAITA

Outra confusão da minha infância foi a tal da SIRIGAITA.

O acontecimento foi parecido com o do RABO DE SAIA.

Como sempre, minha mãe, enciumada com meu pai, uma vez eu ouvi ela comentando com suas alunas:

“Um dia eu ainda arranco os cabelos daquela sirigaita. Na festa de Santo Antonio, lá no pátio da igreja, ela não parava de olhar prô Frido!”

Como é que eu poderia adivinhar que sirigaita não era um siri tocando gaita? Tal qual da primeira vez, só bem mais tarde é que pude decifrar o enigma. Acima, no desenho, estão as explicações que eu não entendia.

ESCAFEDEU-SE

Meu pai abriu um bar – naqueles tempos dizia-se BOTECO. Ali, foi-se criando uma corja de bêbados briguentos. Chegavam no bar, todos amigos de todos, mas conforme o “FRITZ” (marca de cachaça) ia tomando conta da cabeça dos “bons de bico”, a coisa ia mudando de figura. Alguns, já “cercando gansos”, iniciavam uma série de conversas agressivas, que iam tomando corpo até que as ofensas viravam pancadarias.

Num desses momentos tensos, um tal de Nilson – o Nirso – gabola que só ele, anunciou que ali não tinha homem que pudesse enfrentá-lo.

“Quero ver quem é homem de pular prô meu lado!”

A corja, que não “rasgava nada” e com o rab…digo, a cara cheia de cachaça se ofendeu, e não vai que uns quatro ou cinco valentões pularam mesmo prá cima do “boca aberta”?

Se “atracaram” no cacete, o “forrobodó” foi grande, era um bolo de gente que ninguém sabia quem estava por cima ou por baixo. Em menos de um minuto, como num passe de mágica, o “rolo” se desfez e alguém gritou:

-Viram como o Nirso escafedeu-se? Olhem lá na rua como ele corre!

Fiquei pensando que o Nirso cheirava mal e fedia enquanto corria.

Mais tarde, no livro de Português do Ginásio, encontrei a explicação para a palavra:

ESCAFEDER-SE – Fugir às pressas, esgueirar-se, safar-se.

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Por hoje é só! Obrigado! Um abraço de Celso e outro de Mariana!