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Triste página da história do Brasil

No dia dezenove de novembro, de 2024, uma operação da Polícia Federal trouxe a público, que uma facção de dentro das Forças Armadas, pretendeu assassinar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Essas autoridades estavam […]

Por Israel Minikovsky 14 min de leitura

No dia dezenove de novembro, de 2024, uma operação da Polícia Federal trouxe a público, que uma facção de dentro das Forças Armadas, pretendeu assassinar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Essas autoridades estavam marcadas para morrer em dezembro de 2022, antes que a chapa assumisse o Executivo Federal. Para a obtenção do resultado morte, empregar-se-iam armas de fogo, explosivos e veneno. Segundo o ministro chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, o plano “não ocorreu por detalhes”, sem especificar que detalhes seriam esses. Na dianteira do movimento de golpe estava o general do Exército da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Mário Fernandes, e outros três tenentes-coronéis. O mencionado grupo denominou esse sórdido planejamento operacional de “Punhal Verde Amarelo”. O evangelho ensina que é pelo fruto que se reconhece a árvore, e o pomo dessa planta é a violência. Já tem gente ponderando que a punição deve ser branda, pois tudo não passou da cogitação. Passou, sim, da cogitação: a caterva avançou para os atos preparatórios. Além do mais, só não consumaram o que pretendiam, por óbices alheios à sua vontade. O próprio Cristo nos advertiu: se você deseja a mulher do outro, já está adulterando com ela em seu coração. A intenção revela quem é a pessoa. Quem está de parabéns é o departamento de inteligência da Polícia Federal, bem como toda a corporação e seus integrantes. Essa notícia não pode ficar relegada a um espaço corriqueiro, ladeada por manchetes do dia-a-dia. Essa informação é de gravíssima relevância e preocupação. O povo brasileiro não pode compactuar com políticos que desprezam e tripudiam sobre o Estado Democrático de Direito. A nação é desafiada a agir eticamente. Fora o retrocesso, o autoritarismo entrou em obsolescência, não permitamos que ele retorne redivivo. Não somos crianças para ficarmos à mercê de ditadores. Se pretenderam fazer isto com os chefes da nação, e com um fiel escudeiro do direito constitucional, imaginem o que não farão com o cidadão comum, como eu e você, com os desamparados. Nicos Poulantzas disse: “ou o socialismo será democrático, ou não será”. Para quem não tem muita prática em leitura, em miúdos: um socialismo que não se constituiu e legitimou pelo voto livre e popular, em verdade, não é exatamente socialismo. Não basta ser para o povo, mais do que isso, desde os primórdios, precisa vir a ser pela cabeça e pelas mãos do povo. Já o capitalismo, não. Para o capitalismo pode ser ditadura ou uma democracia meia-sola. Desde que o sistema político e social concorra para os interesses econômicos e financeiros da grande burguesia, está excelente. A coisa pública não pode ter dono, ainda que esse dono seja a família mais magnífica do universo. É por tal razão que somos republicanos e não monarquistas. Os empoderados nos cargos estratégicos do Estado devem receber a investidura pelo clamor das massas, e não pelo estrugido das armas. Por isso que somos democratas, e não aristocratas ou oligarcas. Esse complô é o que há de mais digno a ser relegado à lata de lixo da história. Tem a especial serventia de nos despertar e instar para que permaneçamos alertas. Nosso grande Brasil não pode ficar em mãos de pessoas pequenas. O Brasil não é satrapia para ficar refém deste ou daquele déspota. Somos uma sociedade aberta e livre, acreditamos no potencial do ser humano e temos a racionalidade como guia primeiro. Uma sociedade justa e fraterna não se harmoniza com o monopólio arbitrário do poder. O Brasil não apenas pretende “fazer a lição de casa”, mas se solidariza com todos os povos da terra, o que, indubitavelmente, inclui o povo palestino. Democracia é luz!